O estado do Acre apresenta um cenário ricamente diversificado com seus povos e tradições. Mais precisamente, no município de Mâncio Lima, a cidade mais ocidental do Brasil, rica em biodiversidade e biodiversidade étnica, existem três etnias, que assim como muitos outros grupos indígenas, prezam pela manutenção de suas línguas, crenças e tradições.
O povo Puyanawa tem na narrativa da criação a materialização do povo verdadeiro (ũdi kuĩ), tendo o sapo (puya) como seu principal símbolo e informe. Estes dividem-se em notáveis nomenclaturas: sapo verdadeiro, (puya), jia (txurã), sapo verde (kampũ), rã (txãki), canoeiro (tua), cururu (karawã).
Compartilhando Saberes
Os povos indígenas acreanos especificamente os da família Pano, derivam-se pela junção de algum elemento cultural, por exemplo: Puya, quer dizer sapo, e Nawa, povo ou gente. O sufixo é também empregado para se referir ao não-indígena, estrangeiro, pessoas que não pertencem especificamente aquele grupo. Entretanto, esses povos tem seus próprios determinantes e autodenominações, com muitas singularidades que carecem de um estudo mais aprofundado. Esses povos ainda são detentores de notáveis conhecimentos, resistiram fortemente ao poder opressor dos patrões seringalistas e cotidianamente buscam afirmar suas identidades.
Nossa homenagem de hoje trás o texto de um jovem indígena, que mostrou que índio pode sim galgar passos além da aldeia, um estudioso e defensor das tradições e costumes dos povos de Mâncio Lima. A nossa homenagem às populações tradicionais que, às margens de rios e igarapés desenvolveram a então Vila Japiim, hoje município.
Do pequeno povoado localizado as margens esquerda do Rio Japiim, afluente do Rio Moa, Jósimo tem ganhado destaque nacional e internacional no meio ambientalista e, principalmente, nos fóruns de discussões e debates sobre a preservação e resgate da cultura, tradição e costumes indígenas.
*Jósimo Constant, Bacharel em Antropologia, Sociologia e mestre em Direitos Humanos pela UnB. Especialista em Língua Inglesa – PUC – RJ, Doutorando em Antropologia Social pelo Museu Nacional da UFRJ.