Nesta tarde chuvosa, em que familiares acompanham em São Paulo a cerimônia fúnebre de cremação do corpo do seu querido esposo, pai, avô, genro, Francisco Raimundo de Oliveira, que morreu vítima da Covid-19, os amigos cruzeirenses sensibilizados também elevam seu pensamento e desejam que sua alma já esteja no lugar reservado as pessoas de bom coração na eternidade. Era assim Raimundo Oliveira, um empresário de bom coração, que dava atenção a mais humilde das pessoas. Aproveitamos a homenagem de ternas lembranças do escritor Raimundo Carlos de Lima – Dindola – um cruzeirense que mora com sua família em Cuiabá e por mais um ano passa as festividades natalinas e de final de ano junto de seus familiares, para prestar um tributo ao nosso querido amigo Raimundo Oliveira que parte deixando saudades aos seus amigos, funcionários e familiares. Junto com todos Dindola também lamenta a grande perda. Recordar é viver!
Dindola escreveu saudosa lembrança ao se despedir do amigo Francisco Raimundo Oliveira que partiu para a eternidade:
FRANCISCO RAIMUNDO DE OLIVEIRA
* Raimundo Carlos de Lima
Temos, no dia de hoje (DOMINGO), mais uma notícia indesejada, a do falecimento (que Deus me perdoe, precoce), em São Paulo/SP, em 09.01.2021, de um grande amigo meu de infância e, por certo de muitos cruzeirenses, Francisco Raimundo de Oliveira. Com ele eu e vários amigos crescemos na famosa Linha do Tiro (que compreendia a atual Avenida Copacabana e Av. Boulevard Thaumaturgo), no trecho desta última que tinha uma palmeira “tucumã”, “…onde outrora espumava um tapir”(anta); minha casa e a de Raimundo, no intervalo entre a tipografia do Jornalista e Professor João Mariano e a oficina dos Padres (que ainda existe).
Raimundo Moreira – pelo qual os amigos de rua sempre o chamavam em virtude do nome seu avô materno, Seu Moreira e de sua mãe Mariinha Moreira – em face da ausência do pai iniciou sua atividade laboral muito jovem e, com seu espírito empreendedor tornou-se um importante empresário. O conjunto de empreendimentos formado com a determinação, trabalho e disciplina de Francisco Raimundo (que passou a ser conhecido, após empresário, também como Raimundo Bananeira, apelido cuja origem desconheço), compreendem postos de combustíveis, supermercado, frigoríficos e outros. Raimundo foi também proprietário de uma pequena indústria de torrefação, moagem e empacotamento de café – CAFÉ GOLFO – que esteve em atividade até o ano de 2008, quando, em decorrência da concorrência com outros cafés adquiridos fora do Estado do Acre resolveu encerrar a atividade e vender em seu estabelecimento comercial produtos adquiridos fora da praça local.
Francisco Raimundo de Oliveira, ao lado dos demais empreendedores do Alto Juruá foi um dos importantes propulsores do crescimento e desenvolvimento de nossa Cruzeiro do Sul-Acre, com resultados que alcançam municípios vizinhos.
Dentre as várias virtudes de Raimundo, além do empreendedorismo, com geração de emprego e renda, está a boa educação, a discrição e a solidariedade oculta, que fazia questão de não levar ao conhecimento social do que fazia de bem para seus semelhantes.
O amigo Raimundo, como outros cruzeirenses que encerraram seus ciclos vitais ainda em condições de muito fazer pela Terra dos Nauas, deixa um grande legado, que espero e acredito terá continuidade por seus descendentes e parentes por afinidade. Além do legado, deixa em vida sua esposa Maria Oneide Araújo de Oliveira, os filho(a)s Janaína Araújo de Oliveira Lima, Jaqueline de Oliveira Cardinal e Francisco Raimundo de Oliveira Júnior. Teve 6 irmãs: Ceilde, Cenilde, Conceição (Kreca), Glória, Florinda e Corrita, das quais cinco estão vivas; e também 5 netos, dos quais 4 se encontram em vida.
Francisco Raimundo de Oliveira, nascido em 1º de março de 1954, filho de Sebastião Rodrigues da Silva e Maria Moreira de Oliveira (D. Mariinha), por muitos conhecido como Raimundo Bananeira, em virtude de sua importante contribuição que fica como legado para a melhoria das condições de vida da sociedade de Cruzeiro do Sul, faz parte da história da cidade e do Alto Juruá. Que Deus o receba em seu Reino Celestial e conforte os familiares e amigos.
* Raimundo Carlos de Lima – popular Dindola – para os que o conhecem, é um ilustre cruzeirense que mora em Cuiabá há mais de 40 anos. Economista e Auditor Fiscal aposentado, é escritor e autor do livro “Na Amazônia Ocidental – A Cidade-sede do Alto Juruá Revelada”.