Cruzeiro do Sul, Acre, 22 de dezembro de 2024 01:57

Abraçando Filhos é realizado pela primeira vez em Cruzeiro do Sul pelo Tribunal de Justiça do Acre

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O projeto é um passo importante na busca por um sistema penal mais justo e humano, promovendo a valorização da maternidade e a preservação dos vínculos afetivos

O Centro Cultural do Juruá da cidade de Cruzeiro do Sul foi palco de uma grande ação social na tarde de segunda-feira, 16, com a realização do Projeto Abraçando Filhos. Destinada às mulheres reeducandas do sistema penitenciário, a atividade é desenvolvida pela Coordenadoria da Infância e Juventude do Tribunal de Justiça do Acre (TJAC).

O evento proporcionou um momento único e emocionante, em que mães, filhos e netos puderam se reencontrar e passar cerca de duas horas juntos, fortalecendo os laços familiares e resgatando a dignidade das dez participantes.

Ao receber as mulheres reeducandas, a desembargadora-presidente Regina Ferrari destacou ser é um momento de grande importância para todos citando a família das cumpridoras de pena, as próprias cumpridoras, o Poder Judiciário e ao Instituto de Administração Penitenciária.

“O projeto Abraçando Filhos é uma oportunidade de reafirmar que, acima de qualquer erro cometido, o vínculo familiar e a possibilidade de transformação são fundamentais. É um momento para refletir sobre a paz, o amor e a importância de estar com a família”, disse.

O projeto, que é de grande importância para a justiça, e busca garantir o direito fundamental das mães de manter o vínculo com seus filhos, mesmo em contexto de privação de liberdade, foi iniciado em 2016 pelo Judiciário acreano e continua tocando no coração das famílias beneficiadas e das pessoas que estão envolvidas na organização do evento.

A coordenadora da CIJ, desembargadora Waldirene Cordeiro, pediu que as reeducandas refletissem sobre a mudança de vida, pois como mães, elas têm um papel essencial na vida dos filhos.

“Nunca é tarde para buscar ser a melhor versão de si mesmas. Encorajo cada uma de vocês a aproveitar essa chance para refletir, aprender e crescer, não apenas como mulheres, mas também como mães, capazes de construir um futuro melhor para suas famílias. Lembrem-se, que a justiça também é sobre oportunidade, redenção e o direito de recomeçar”, ressaltou.

Natal

O projeto, inclusive, inclui as mães das presidiárias que também puderam participar, criando um ambiente de apoio e fortalecimento familiar. Além dos filhos e filhas, as mães das encarceradas e outros familiares que trouxeram as crianças, já estavam emocionados por causa do tempo que estavam sem vê-las.

É o caso da Samara Brito, tia de uma das reeducandas. Ela levou os quatro filhos da sobrinha para poder reencontar a mãe que eles não tinham contato há cinco meses. Para ela, é um momento muito especial.

“A saudade é grande. AS crianças sentem muita falta dela {da mãe}. E, com certeza, a mãe deles também. É uma situação difícil, mas esperamos por dias melhores”, contou.

O Abraçando Filhos é um passo importante na busca por um sistema penal mais justo e humano, promovendo a valorização da maternidade e a preservação dos vínculos afetivos, fundamentais para a reintegração social das presidiárias e o desenvolvimento saudável das crianças envolvidas.

A iniciativa da CIJ, inclusive, já recebeu uma menção honrosa no Prêmio Prioridade Absoluta 2022, realizado pelo Fórum Nacional da Infância e Juventude e a Secretaria Especial de Programas, Pesquisa e Gestão Estratégica.

Participaram da ação o diretor do Fora da Comarca de Cruzeiro do Sul, juiz de Direito Erick Fahart, a juíza de Direito Adamárcia Machado, o juiz de Direito José Leite e a chefe de Segurança do IAPEN, Danielen Moura.