De “canidato” em canidato, quase todos em “pro” do próprio bolso. Uns com o apoio do “gunverno”, outros não. Uns na “opusição”, outros no “lado de lá”, é um tal de “foguete não tem ré”, “Já ganhou! Já ganhou! Já ganhou!”, “mim dê uma chancha”, “mim leve pra cama dos vereador”. Pobre Camões, bem deverias ter morrido mouco e não caolho, pois nestes tempos de agora, a poluição é da “desgramática”, orgulhosamente verbalizada…
A ideologia é um problema. Não pela rima, mas revestida de hipocrisia e sem-vergonhice, algumas dessas e seus representantes, pregam a eliminação dos bandidos dos outros mas preservam os seus, defendem os “valores da família tradicional”, mas, lá pelas tantas, usam serviços de acompanhantes de luxo ou travestis, se dizem “servos de Deus”, mas, entre todos os deuses, o dinheiro, o poder e a quenturinha da cama dos poderosos, são os mais atraentes. Assim fica difícil, cabo…(esse tal cabo eleitoral já deve ter atingido o tempo de serviço e se aposentado como general).
Pouco mais de uma semana para o pleito municipal, nada sério sobre mobilidade urbana, nada sobre emergência climática, assistência à saúde mental, nada sobre a criminosa e omissa invasão do Centro Comercial pelos usuários de drogas, sobre a invasão de alguns comerciantes nos espaços públicos, calcadas e praças. Nada sobre a construção de parques urbanos ou arborização de praças, ruas e avenidas.
Nada sobre o futuro, apenas brigas, bravatas, e, por enquanto, apenas cadeiradas demagógicas e verborrágicas.
Já não se fazem mais campanhas como antigamente. Ironicamente falando, saudades do tempo em que certo candidato prometia, que “se eleito fosse iria “abaixar os ovos dos agricultures e levantar a roupa das lavadeiras”. Outro reclamava que seu adversário, pelas costas, andava “metendo o pau na sua esposa e o desafiava a meter na sua frente”. E tinha aquele que bradava de cima de um caminhão, que costumava sair de casa todas as manhãs “apenas com um ovo”.
Saudades do horário eleitoral no rádio, lá pelos anos 80, quando dois destemidos adversários (bem dizer, inimigos) ocuparam sozinhos, por semanas, os 60 min do tempo com um pugilismo verbal como nunca mais se viu por estas bandas.
Pelo visto até agora, sejam lá quais forem os vencedores do pleito que já dobra a esquina, não teremos aquelas cenas deploráveis na frente dos quartéis, com especialistas de rede social, ou técnicos de watsap exigindo das maiores autoridades eleitorais, o voto impresso e um tal código-fonte. Esse fetiche de código-fonte, aliás, arruinou a vida de muita gente, vide aquela vovozinha vestida de Louro José, conhecida como Dona Fátima de Tubarão. Pelo sim, pelo não, sugiro que a velha Meganha reforce a segurança na Praça João Pessoa e no Palácio da Prefeitura. Vai que…
A disputa política por aqui me dá um fastio danado. É aquele desgosto, aquela não vontade de comer, um amargo na boca, que estou deverasmente decidido a passar na Drogaria do Soares para comprar o velho odiento e indigesto Biotônico Fontoura misturado com Emulsão de Scott e tomar de uma talegada só.
*Antônio Franciney de Almeida Rocha – Escritor, historiador e poeta.