Os clientes da Agência Catedral do Banco do Brasil se depararam, na manhã desta terça-feira (16), com a agência fechada, a placa da fachada retirada, os caixas eletrônicos removidos e uma placa que informa para se dirigir a agência do banco na Avenida Coronel Mâncio Lima. O fechamento concretiza o anúncio feito pela instituição em julho de 2019 e depois setembro de 2020.
Em julho de 2019 o Banco do Brasil anunciou um plano de desligamento incentivado para promover adequação nos quadros de funcionários, além de regularizar vagas e excessos em dependências e praças, otimizando a distribuição da força de trabalho nas unidades. Aderiram ao PDV 2.367 funcionários.
Em setembro de 2020, de acordo com último balanço de resultados, o Banco do Brasil tinha 92.106 funcionários, queda de 1,9% em relação a setembro de 2019 (93.872). No Acre vão se fechadas ainda a Agência da Avenida Ceará, em Rio Branco; Assis Brasil e Bujari. Agência de Mâncio Lima vai deixar de ser agência e se tornar posto de atendimento, assim como a de Feijó.
A maioria dos clientes do Banco do Brasil em Cruzeiro do Sul protesta contra a decisão de fechamento da agência catedral, como também com desativação dos caixas eletrônicos que atendem milhares de clientes da região e ainda avaliam que privatizar a instituição é uma ação que poderá piorar o atendimento, já precário e se tornar um grande problema para eles.
Nas redes sociais muitas pessoas também comentaram sobre o fechamento da agência. O professor Nilo Castro avaliou com um grande prejuízo e uma tática do ministro banqueiro Paulo Guedes contra o povo brasileiro. “Fecharam a agência BB Catedral. Tarefa cumprida com êxito pelo Paulo Guedes/Bolsonaro. Sem mais comentários”, disse o professor Nilo Castro.
O representante do Sindicato dos Bancários do Acre em Cruzeiro do Sul e no Juruá, vereador Elter Nóbrega destaca que o sentimento dos bancários do Banco do Brasil no país é de tristeza e de revolta pela ação covarde do governo Federal de fechar 361 pontos de atendimentos no país vai fazer com que o atendimento seja precarizado.
“É um desmonte do Banco do Brasil que é banco de maior capilarização frente aos demais seja em número de agências ou de terminais de caixas eletrônicos. Essa medida é justamente para tentar enxugar a máquina para privatizar e precarizar o serviço para que os mesmos vejam que o serviço oferecido pelo banco necessite ser privatizado”, protesta.
O sindicalista destaca que o Banco do Brasil público tem papel fundamental sociedade brasileira, financia mais de 65% do agronegócio, que é a mola mestra do país e o governo não tem o menor interesse em elevar o nível desses investimentos. Isso é uma grande irresponsabilidade e desrespeito do governo Federal com a população do vale do Juruá”, afirma.
Élter Nobrega explica que as agências de Cruzeiro do Sul atendem a população de todos os municípios do vale do Juruá e inclusive que a agência de Mâncio vai ser transformada em um posto de atendimento. “É como transformar um supermercado numa mercearia, pois terá menos funcionários com uma menor estrutura”, ressalta.
O sindicalista informa que foram montadas frente parlamentares em vários estados, os sindicatos entraram com ações e ganharam algumas liminares, mas infelizmente depois todas cassadas. “É uma ação que vai prejudicar muito a população e no Vale do Juruá a população tem que lutar para que o banco não diminua ainda mais o número de agências”, enfatiza.