Com repertório de clássicos nacionais e internacionais, como Queen, Roberto Carlos, João Gomes, MPB, sofrência, brega e arroxa, a Banda de Música da Policia Militar, a “Furiosa”, encantou a população de Mâncio Lima, na noite da última terça-feira (14), se apresentando na Praça São Sebastião como parte das atividades de fim de ano. Este ano, a prefeitura adotou como tema: “De mãos dadas, abraçando o novo”.
Com um repertório variado, que fez o público dançar e cantar, o corpo musical da instituição possui uma riqueza histórico-cultural gigantesca, que vai muito além da música e se confunde com a própria história do estado.
“Estou muito feliz em retornar à minha terra natal, a Banda nunca tinha estado em Mâncio Lima, fiz contatos com o comandante para que pudéssemos estar tocando nesta noite. Para mim é um prazer imenso, e mais ainda, em poder dividir o placo com o Elton Dias, que começou comigo, lá atrás, na Banda Municipal Ritmos da Mata. Passa um filme nesse momento e, eu chego a me emocionar, porque muitos seguiram outros caminhos e eu optei seguir no ramo musical, entrei na Polícia Militar e estou tendo o privilégio de tocar nesta banda incrível e com talentos diversos”, destacou o Soldado Ronerisson Silva.
O palco da “Furiosa” deu espaço para os talentos locais, cantores como Valderlan Alencar, que cantou a música “Escudo” da Banda Voz da Verdade, Elton Dias, Josiel Mendonça e Ana Carolina deram um show à parte e deixaram a noite ainda mais alegre e emocionante. A população de Mâncio Lima, a cada apresentação, não continha a alegria e o entusiasmo.
“Quero parabenizar a equipe que organizou, um evento lindo, emocionante, a banda muito talentosa e eclética tocando de tudo um pouco. A iniciativa em darem oportunidade para os nossos artistas participarem foi muito bonita. A vontade que deu, quando eles encerraram, foi de puxar um couro pedindo bis. Espero que a Prefeitura os convide mais vezes em 2022 e promova outros eventos como este”, ressaltou Julieta Oliveira, Professora.
A Banda de Música da Polícia Militar do Estado do Acre, a “Furiosa” é mais antiga do que a própria Política Militar. Sua trajetória remonta às batalhas travadas pelo exército comandado pelo patrono da corporação, coronel Plácido de Castro, que, segundo relatos históricos, possuía em sua tropa corneteiros, que se deslocavam à frente dos soldados, além de uma pequena fração de músicos.
Na época em que o estado era território federal, além das atribuições da banda como tocatas em eventos militares e civis, a banda também ajudou na Construção Civil, ajudando a construir prédios, estradas, escolas e prédios públicos, como o antigo aeroporto da capital e o Quartel do Comando Geral da Polícia Militar e vários outros prédios históricos.
Numa cidade, à época bem provinciana, em que todos se conheciam, a população sabia que os músicos pegavam no pesado a semana inteira, de sol a sol, e nos fins de semana tinham que fazer as apresentações musicais. As pessoas já tinham ciência de que os músicos estavam estressados pela jornada de trabalho quase escrava e começaram a chamá-los de “furiosos”, apelido que pegou e deu nome ao corpo musical da corporação, sendo usado até hoje como “Furiosa” PMAC.
“A Furiosa” possui uma história construída por filhos da nossa terra e por pernambucanos, paraenses e gaúchos, entre outros, que escolheram o nosso estado para ser sua morada e, assim como aqueles que na década de 50 faziam muito mais do que transmitir sua arte, hoje também contribuem com a segurança pública e o bem-estar da população acreana. Atualmente a banda está sobe comando do Major Djair Vasconcelos.