Cruzeiro do Sul, Acre, 22 de dezembro de 2024 19:49

Cláudio Castro defende ação da polícia no Jacarezinho e diz que RJ ‘é o maior interessado em apurar as circunstâncias’

rj

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PSC), divulgou um vídeo nesta sexta-feira (7) comentando a operação no Jacarezinho, Zona Norte do Rio, que deixou 28 mortos – entre eles um policial civil.

Castro defendeu o trabalho da polícia, disse que a reação dos bandidos foi “brutal” e afirmou que “o governo do estado é o maior interessado em apurar as circunstâncias dos fatos”.

“É preciso deixar claro que a operação de ontem realizada pela Polícia Civil foi o fiel cumprimento de dezenas de mandados de prisão. Foram 10 meses de trabalho de investigação que revelaram a rotina de terror e humilhação que o tráfico impôs aos moradores. Crianças eram aliciadas e cooptadas para o crime. Famílias inteiras eram expulsas de suas casas e mortas”, disse.

 

O governador afirmou que conversou sobre a ação com o procurador-geral de Justiça, Luciano Mattos, com o ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin, e com o defensor público-geral, Rodrigo Pacheco.

“Tenho certeza que o governo do estado é o maior interessado em apurar as circunstâncias dos fatos”, afirmou.

 

Ele citou a reação dos criminosos e as armas encontradas na comunidade.

“A reação dos bandidos foi a mais brutal registrada nos últimos tempos. Armas de guerra, prontas para repelir a ação do estado e evitar as prisões a qualquer custo. Em nenhum lugar do mundo a polícia é recebida com fuzis e granadas quando vai cumprir seu papel. Desde o ocorrido, determinei total transparência ao processo”, disse o governador em outro trecho do vídeo.

Enterro do policial

Em discurso durante o sepultamento do inspetor André Frias, o secretário de Polícia Civil, Allan Turnowski, elogiou a ação da polícia no Jacarezinho, e disse que informações do setor de inteligência da corporação identificaram que todos os 27 considerados suspeitos que morreram eram traficantes.

Mais de 24 horas após operação, a Polícia Civil não divulgou a identidade dos mortos no Jacarezinho.

Identificação dos corpos no IML

Parentes dos mortos da operação da Polícia Civil no Jacarezinho mostraram trocas de mensagens pelo WhatsApp que revelam como foram os últimos momentos de alguns deles durante o tiroteio na manhã desta quinta-feira (6). A operação foi considerada a mais letal da história do RJ.

Na porta do Instituto Médico Legal, na Região Central do Rio, nesta sexta-feira (6), Rosiane Mendes, tia de John Jefferson Mendes Rufino da Silva, 30 anos, mostrava a conversa que ele teve com a com a irmã Ingrid Hellen.

História parecida contou Anderson Araújo sobre o sobrinho Marlon. Ele disse que o rapaz ficou encurralado na casa onde vários corpos foram encontrados.

“Ele ligou para a minha irmã umas 8h20 falando que estava preso na casa, que não conseguia sair. Depois, umas 8h30, ele mandou uma mensagem com a voz bem baixinha dizendo:

“Mãe, ora por mim”, dizia a mensagem.

Dos 27 mortos na ação, três foram denunciados pelo Ministério Público por tráfico de drogas e eram procurados pela polícia.

A investigação aponta que eles eram “soldados” do tráfico, atuando como braço armado da organização criminosa no Jacarezinho.