Cruzeiro do Sul, Acre, 21 de dezembro de 2024 03:40

Cocaína rosa, festa em apartamento e autópsia: o que se sabe sobre a morte de brasileira na Argentina

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Prestes a completar um mês, as investigações sobre a morte da brasileira Emmily Rodrigues seguem sem um desfecho. A jovem de 26 anos caiu do sexto andar do apartamento de um empresário argentino, em Buenos Aires, no dia 30 de março. A polícia investiga se a jovem cometeu suicídio ou foi morta pelo dono do imóvel, Francisco Sáenz Valiente. Ele está preso.

O último avanço da investigação foi a divulgação do resultado da autópsia. O exame feito pela equipe argentina de médicos legistas constatou que a brasileira consumiu drogas alucinógenas no dia em que morreu. Ela teria usado entorpecente seria o “tuci”, popularmente conhecido como “cocaína rosa”.

O pai de Emmily, Aristides Rodrigues, contestou o resultado da autópsia:

— Essa parte que identifica a presença de substâncias consumidas por Emmily não. Teve o resultado apenas dos acusados — declarou Rodrigues, que acompanha em Buenos Aires as investigações.

Ele ainda defendeu que a filha foi vítima de um homicídio. No sábado, ele relatou ao GLOBO que vizinhos da frente do prédio de Sáenz Valiente afirmaram ter visto a jovem “se segurando e acenando na janela para que pessoas a vissem pedindo ajuda” e chamassem a polícia.

— Há testemunha, um vizinho da frente do prédio disse que viu Emmily se segurando e acenando na janela para que pessoas a vissem pedindo ajuda, para que chamassem a polícia, na janela da frente do prédio. E que apareceu um homem que a puxou para dentro do apartamento, que provavelmente fez isto para impedir que pessoas a vissem, levando-a para a janela dos fundos e a empurrou — defende o pai.

Também no domingo, Sáenz Valiente negou ter fornecido drogas à Emmily. A declaração do suspeito foi dada depois que parentes da brasileira terem garantido que ela não usava entorpecentes e poderia ter sido induzida a isso.

“Não forneci nem entreguei drogas a ninguém”, disse Sáenz Valiente em seu depoimento perante o chefe do Tribunal Penal e Correcional Nacional número 31, Martín Del Viso, e o promotor Santiago Vismara. A informação é do jornal La Prensa.

Na versão de Sáenz Valiente, a jovem teve um “surto psicótico” e se jogou do sexto andar. Preso, Sáenz Valiente enviou aos pais de Emmily uma carta manuscrita na qual afirma que a queda da jovem foi “acidental” e que fez “todo o possível” para evitá-la.

Ainda na carta, o suspeito diz que foi uma tragédia e que ele tentou ligar duas vezes para a polícia pedindo ajuda. Conforme divulgado pelo GLOBO, a partir dos áudios obtidos, Sáenz Valiente de fato pediu ajuda ao serviço de emergência argentino, antes da queda da jovem. No áudio é possível ouvir a brasileira, ao fundo, gritar por socorro. Ao telefone, o empresário forneceu o endereço da casa dele.