Durante a confraternização os combatentes fizeram a doação de uma casa
Com o toque da alvorada os combatentes da Companhia de Fuzileiros do 61º Batalhão de Infantaria de Selva (61º BIS), da incorporação de 1995, acordaram na manhã deste domingo (05) no sítio do empresário Assis Melo e da esposa Francisca, para uma confraternização que reuniu 32 combatentes que moram em diversas cidades do Acre e do Amazonas e fazem parte de um grupo de whatsapp onde relembram o glorioso tempo no Exército Brasileiro.
Com três anos de existência o grupo decidiu se reencontrar e a primeira confraternização aconteceu em 2020 e reuniu 18 combatentes num momento de muita alegria. Eles decidiram manter a festividade e convidar mais integrantes da gloriosa turma de militares do 61º BIS que afirmam ter sido muito proveitosa para suas vidas a passagem pelo Exército Brasileiro e aconselham que o jovem que tiver a oportunidade precisa abraçá-la.
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O ex-vereador Romário Tavares, um dos organizadores do evento junto com o amigo de turma James Capuxu, que criou o grupo de whatsapp destaca que muitos dos amigos não se viam há cerca 26 anos e a iniciativa é para juntar a maior parte dos 109 soldados da 2ª Companhia de Fuzileiros do 61º BIS. “O James trabalha em Manaus e teve essa ideia de juntar os colegas . Quero agradecer a ele pela ideia e juntos estamos nesse segundo encontro”, disse.
Na programação do segundo encontro dos soldados cedo da manhã teve o toque da alvorada num momento de emoção porque muitos colegas já dormiram no local da confraternização, numa manhã de reencontro e recordação de muitas memórias. Na hora do rancho aconteceu outro momento de mais emoção com pagamento de flexões e a declamação da Oração do Guerreiro de Selva pelos combatentes. “Foi de arrepiar”, disse Romário.
“Foi de arrepiar um momento lindo, aprendemos a Oração do Guerreiro de Selva há 27 anos, não erramos uma palavra e aconselho os pais a colocarem seus filhos em qualquer quartel do Exército Brasileiro porque é uma instituição séria e uma das grandes escolas. Sou muito grato por todo aprendizado que recebi junto com meus colegas e podemos constatar que todos são pessoas de bem que devem essa condição ao nosso querido Exército. Selva”, disse Romário.
Romário destacou ainda outro momento de grande emoção depois de um relato da situação de dificuldade que passa um dos colegas da turma. Num gesto espontâneo e fraterno movidos pelo espírito do Guerreiro de Selva e ensinamentos de solidariedade deixados pelo Exército todos os participantes se uniram numa ação social que vai garantir a construção de uma casa para abrigar a família de um dos amigos que passa por dificuldades.
“Foi simplesmente o gesto mais simbólico da confraternização”, afirma Romário ao enfatizar que um dos participantes contou que um dos combatentes passa dificuldade e está sem casa para morar. “Esse é o espírito do Guerreiro de Selva, depois de saber que o nosso amigo estava precisando de uma mão amiga todos se uniram e vão construir a casa. Foi outro momento de arrepiar vivido na nossa confraternização”, ressalta o ex-combatente nº 400.
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James Capuxu, que mora em Manaus, teve a ideia há três anos atrás de reunir num grupo de whatsapp aqueles amigos da turma de 1995. Estamos hoje nos confraternizando e ainda realizando um trabalho social com a doação de uma casa para um dos combatentes que está em dificuldade e recebe a solidariedade dos colegas. “Minha mãe se emocionou em ver as atividades e agradeço a ela e ao meu pai por terem recebido todos no seu sítio”, disse.
James lembra que tem colegas da turma de 1995 do Exército Brasileiro em muitos lugares do município, do país e até do mundo. “O Exército é uma escola que tem uma hierarquia, disciplina e trabalha o respeito, coisa de grande importância para a vida. Estamos felizes por essa atividade, é muito gratificante rever os amigos e no ano que vem com certeza esse número de participantes será bem maior para que cada vez mais a amizade seja consolidada”, disse.
Momentos de Emoção:
Oração do Guerreiro de Selva, mais emoção antes do “rancho”:
Veja o que disseram alguns dos combatentes que prestigiaram a confraternização.
O soldado Uchoa avalia que depois do período mais crítico da pandemia se encontrar com os amigos da turma de 1995 do Exército Brasileiro. “Foram 109 combatentes, passei sete anos no Exército Brasileiro, a maioria passou apenas um ano, mas foi um tempo marcante que deixou amizades para sempre. Estou muito feliz, sou grato a todos, quatro já partiram para a glória eterna, mas daqui pra frente vamos aumentar e melhorar cada vez mais esse encontro”, disse.
O comerciante De Moura, que há 14 anos é um evangélico que tem buscado andar n o caminho do Senhor, foi soldado do Exército Brasileiro e avalia como de muita alegria o encontro dos militares da turma de 1995 ao destacar que o ano que passou junto com os 109 soldados, alguns deles passaram até sete anos, foi de muito aprendizado e principalmente o maior deles foi de ter responsabilidade consigo, com os outros e com a família.
“Esse é um momento de muita alegria, nesses encontros temos falado também a palavra do Senhor e o encontro está sendo um momento de muita emoção. Há 26 anos tivemos juntos no Exército num ano de muito aprendizado que serve até os dias de hoje. Só tenho a agradece à Deus e depois ao Exército Brasileiro pela oportunidade. É uma honra juntar os amigos e só gratidão ao meu Deus e a cada um dos colegas que estão presentes”, disse.
O soldado Roberto avalia que no primeiro encontro, que foi realizado no sítio de sua propriedade e o desse domingo no sítio do pai do James com a presença de mais de 30 amigos. Ele lembra que alguns dos colegas da turma já morreram, mas nesse tempo de pandemia é de muita importância agradecer a Deus pela saúde e pela vida de todos os colegas da turma que serviram juntos no Exército Brasileiro.
“Muita emoção nesse dia que estamos juntos agradeço a Deus, aos meus pais que me criaram dignamente e ao Exército Brasileiro que é um lugar de formar cidadãos e homens sérios como foi com a nossa turma e continua sendo. A ideia de reunir os amigos foi muito importante e precisamos aproveitar, ano que vem queremos juntar mais gente e inclusive convidar o comandante do 61 BIS para participar e quem sabe até trazer a banda”, disse.
O soldado Fonseca que agradeceu ao amigo James que teve a ideia de reunir os amigos num grupo de whatsapp para relembrar o período do Exército Brasileiro. “Eu passei sete anos no Exército. Nossa vida é passageira, neste momento de pandemia é preciso agradecer a Deus pela saúde e na minha avaliação o Exército foi responsável pela minha formação. Atualmente trabalho como agente de Trânsito no município de Guajará”, disse.
Gonçalves é agricultor e também pedreiro, mora atualmente em Mâncio Lima, na vila Guaraní, ressalta que fez um esforço grande para participar do encontro da turma e avalia pessoalmente não tinha mais contato com os amigos do Exército. As vezes nem a família da gente dá tanta confiança para a gente como esses amigos que nos encontramos por um acaso ao lembrar que todos ficaram muito triste porque perderam cinco da turma na pandemia.
“Nem todos tem uma boa situação financeira, mas vivem com dignidade, esse encontro de muitos amigos neste domingo é uma benção de Deus. Temos que agradecer, sou um simples agricultor, mas com meu trabalho garanto com dignidade o sustento da minha família. O maior exemplo dessa amizade sincera é a doação de uma cada a um dos colegas que está passando uma dificuldade momentânea na sua vida”, disse.
Aldenízio veio de Marechal Thaumaturgo para participar lembra que em seu município tem dois dos combatentes da turma de 1995. “Depois que sai do Exército voltei para minha terra, trabalho como mototaxistas e fiquei muito alegre de receber o convite, inicialmente disse que não daria para participar, mas pelo incentivo vim e estou muito feliz pela alegria dos colegas e pela confraternização. Foi bom ter servido com essa turma que agora se reencontra”, afirma.
O soldado Anderlíudo veio de Ipixuna para participar do encontro dos combatentes de 1995 numa viagem de 24 horas de barco comemora a oportunidade que Deus lhe deu depois que foi contaminado pela Covid há pouco tempo, foi hospitalizado por 28 dias onde teve cinco paradas cardíacas e não poderia deixar de estar presente para agradecer a Deus pela oportunidade e que espera que no próximo ano o comandante seja convidado.
“O Exército deixa um ensinamento de muita importância para a vida de qualquer cidadão, foi muito bom participar daquela turma de combatentes da 2ª Companhia que fizeram uma amizade sólida que permanece até hoje. Neste período da pandemia passei muita dificuldade. Estou alegre de fazer parte desse trabalho de alguns amigos de juntar todos nesses encontros. Tive a oportunidade de voltar a vida e só tenho a agradecer a Deus”, disse.