Ao divulgar protocolos de segurança do torneio, ministro Marcelo Queiroga disse que não há motivos para impedir o evento
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou na noite desta segunda-feira (7) os protocolos de segurança sanitária da Copa América no Brasil, que acontecerá entre 13 de junho e 10 de julho. Entre as medidas anunciadas estão a realização de testes do tipo RT-PCR a cada 48 horas, controle nos hotéis (andares separados, quartos individuais e restrição a saídas), voos fretados na locomoção entre as cidades-sede, higienização de transportes antes e depois do uso (com ônibus específicos para cada delegação) e isolamento dos ambientes de treinos e refeições.
Segundo Queiroga, nos dias em que o exame PCR não for feito, os atletas serão submetidos a testes rápidos. Toda a força de trabalho dos estádios também será testada, assim como eventuais convidados, sempre 48h antes de cada partida. O ministro confirmou que as sedes dos jogos serão Brasília, Cuiabá, Goiânia e Rio de Janeiro (onde acontecerá a final do torneio). Como havia sido anunciado anteriormente, não haverá público na Copa América.
Queiroga lembrou que outros campeonatos esportivos estão ocorrendo no Brasil no momento e que não há obstáculo para que a Copa América seja realizada, desde que todos os protocolos de segurança sejam cumpridos. “Estaremos num ambiente sanitário controlado e monitorado pelas autoridades de estados e municípios”, afirmou.
O ministro disse, ainda, que não haverá esquema de vacinação exclusiva para os jogadores. “Se vacinar os atletas nesse momento, eles não teriam a imunidade no momento do campeonato”, afirmou. “Não é uma imposição a questão da vacina. Os que estiverem vacinados, melhor, mas não se fará um esforço para vaciná-los agora porque a vacina poderia dar uma reação que poderia inviabilizar a participação (no torneio).”
O presidente da Comissão de Médicos do Futebol, Jorge Pagura, que também participou da coletiva, afirmou que os protocolos foram muito bem elaborados. “O menor espaçamento de testagem e todas as outras medidas vão garantir a segurança do evento.”
Mudanças de sedes
A Argentina deixou de ser sede da Copa América devido à piora da pandemia de covid-19 no país. O ministro do Interior, Wado de Pedro, disse que organizar o torneio seria inviável, principalmente em Mendoza, Córdoba, Buenos Aires, Tucumán e Santa Fé. A Argentina já registrou 3,6 milhões de casos, com mais de 76 mil mortes.
Já a Colômbia abriu mão da competição ainda na semana passada. O país vive protestos populares nas últimas semanas. Mesmo as partidas da Copa Libertadores têm acontecido com dificuldades devido às manifestações.
Sem a Argentina e a Colômbia, a Conmebol informou na segunda-feira passada (31) que a competição seria realizada no Brasil. O presidente da entidade, Alejandro Dominguez, chegou a agradecer o presidente Jair Bolsonaro e à CBF (Confederação Brasileira de Futebol) pelo apoio para dar sequência ao torneio mais antigo de seleções. A confirmação do governo federal ocorreu no dia seguinte (1) pelo presidente Jair Bolsonaro.