Para garantir a sobrevivência dos profissionais e o acesso da população à cultura, a Unesco lançou, logo após o início da pandemia, a iniciativa ResiliArt. O objetivo é realizar um debate mundial com importantes profissionais do setor e “lançar luz sobre a situação atual das indústrias criativas em meio à crise”.
A ONU News conversou com o produtor musical brasileiro João Marcello Bôscoli. Ele é sócio da gravadora Trama, que trabalha com todos os gêneros musicais e já lançou milhares de títulos. Para ele, existe sim uma luz no fim do túnel para uma recuperação do mercado, mas ela só deve surgir em 2022, após a vacinação.
Bôscoli afirma que a crise no setor cultural é maior do que parece, e a volta ao ritmo pré-pandemia deve levar tempo. “Acho que essa imagem que o mundo da música tem, de serem pessoas felizes, que trabalham com o que gostam, de ser algo lúdico, divertido e tal, tira um pouco a percepção das pessoas da profundidade da crise”, afirmou.
Números
A Unesco aproveitou o Dia Mundial da Arte, 15 de abril, para realizar um debate com profissionais do setor. E apresentou uma pesquisa de opinião feita entre julho e setembro do ano passado com artistas, a maioria mulheres.
Conforme a pesquisa, boa parte dos entrevistados perdeu 100% de sua fonte de renda com a suspensão de shows e eventos. São, na maioria dos casos, profissionais autônomos cuja família dependia exclusivamente desse dinheiro.