Uma denúncia feita pelo Blog do Zacarias, nas redes sociais de Manaus (AM), que envolve o Cartório Eleitoral de Guajará pela transferência de mais de 1.300 títulos, na sua grande maioria de eleitores de Cruzeiro do Sul para o município amazonense é comentada pelo candidato Márcio Ribeiro, da coligação Filhos da Esperança que perdeu a eleição por 602 votos.
Filho de Guajará, Márcio Ribeiro, foi vereador e presidente da Câmara, seu pai foi candidato a vereador e morreu durante a campanha e devido ao desgoverno da atual administração no primeiro mandato resolveu enfrentar de novo os caciques no voto devido muitas denúncias de corrupção poucas apuradas e tornadas inquéritos pelo Poder Judiciário, mas ele não contava com tamanha artimanha revelada na denúncia.
Para o candidato da oposição, agora ficou clara a razão do atual prefeito ter lotado o ginásio de esportes do município no dia da sua convenção eleitoral marcada pelo transporte em massa de pessoas de vários bairros de Cruzeiro do Sul, tanto da zona urbana, quanto da rural, o que naquele momento já despertou suspeita da utilização irregular de eleitores.
De acordo com o Artigo 289 do Código Eleitoral, “Transferir título eleitoral usando endereço falso é crime” que tem pena prevista de até cinco anos de reclusão e pagamento de cinco a 15 dias-multa. A denúncia do jornalista amazonense deixa muito claro que a eleição em Guajará, mais uma vez, foi decidida por eleitores de Cruzeiro do Sul.
“É uma denúncia gravíssima. Durante o período eleitoral falava-se de transferências de títulos de moradores de Cruzeiro do Sul (Ac) para Guajará (Am) mas, jamais imaginei que fosse de forma tão planejada e nessa quantidade. Sem dúvidas esses títulos, digo eleitores, decidiram a eleição em Guajará. Na verdade, se excluídos esses votos eu venci a eleição”, avalia.
Na avaliação do candidato que ficou em segundo lugar o povo guajaraense votou nele, mas, os cruzeirenses, que não tem nenhum compromisso com a população de Guajará, irresponsavelmente se propuseram – a troco de alguma coisa, pois de graça não iriam – votar e mudar o resultado de uma eleição.
“Soube das transferências através de minha Advogada, Dra. Iza Enes. Após a surpresa e o impacto do resultado ela foi ao Cartório Eleitoral e tomou conhecimento das transferências. Na minha opinião o Cartório eleitoral ratificou a transferência ilegal de eleitores, o que é uma fraude e deve ser investigada. Essa transferência ilegal ocasionou minha derrota”, desabafa.
Numa avaliação do pleito eleitoral Márcio Ribeiro ressalta que os eleitores de Guajará votaram para mudar devido aos desmandos e abusos. “Os eleitores queriam mudar e votaram na nossa chapa para prefeito, mas a vontade popular foi arrancada de forma criminosa, com aceite do Cartório Eleitoral e por cidadãos cruzeirenses, veja bem, cidadãos com endereço fixo em Cruzeiro do Sul”, destaca.
Para o candidato a manobra foi criminosa e uma fraude eleitoral ao avaliar que o Chefe do Cartório Eleitoral de Guajará foi conivente com tais atos ilegais de transferências eleitorais porque era o responsável para verificar se os documentos apresentados eram verdadeiros ou falsos e revela que o CRAS, órgão municipal de Assistência Social dava declarações de residência.
“Com a declaração do CRAS, assinada por um servidor do município, o Chefe do Cartório autorizava a transferência do domicílio eleitoral do cidadão de Cruzeiro do Sul. Muitos crimes de improbidade foram denunciados, desvios de recursos, favorecimentos a empresários e nada, absolutamente nada foi investigado em Guajará”, reclama.
Ao finalizar Márcio Ribeiro enumera que várias situações fraudulentas da prefeitura foram denunciadas em Guajará e não foram investigadas: superfaturamento de passagens aéreas, ambulância comprada em pet shop, 80 toneladas de carne compradas, um mês após o laranja do vice prefeito adquirir um frigorífico e aluguel de aparelhos de laboratório.
Outras denúncias envolveram contrato milionário com laboratório, mesmo depois de aluguel dos aparelhos laboratoriais, além de contrato de prestação de serviços no valor de RS 300 mil com advogado e no mesmo dia da liberação do recurso parte do dinheiro foi parar conta do cunhado do vice prefeito, entre outros tantos, ressalta o candidato.
O Chefe do Cartório Eleitoral foi contactado através do telefone do órgão, mais de ninguém atendeu as várias ligações efetuadas.