De acordo com pesquisa encomendada pelo Ministério da Saúde, um a cada três brasileiros infectados ainda têm sintomas relacionados ao vírus
O Ministério da Saúde divulgou nesta quarta-feira (18/12) os dados da pesquisa Epicovid 2.0 – maior estudo sobre Covid já realizado no país. O trabalho aponta que 28% da população, o equivalente a 60 milhões de pessoas, foram infectados pelo vírus Sars-CoV-2 durante a pandemia global. Entre os infectados, 28,8% dizem sentir sintomas da doença até hoje.
Ainda sobre a vacinação, 84,6% completou o esquema vacinal com duas doses. A imunização foi maior entre os idosos, as mulheres e as pessoas com maior escolaridade e renda. Na região Sudeste, a proporção de vacinados também foi maior.
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Para a investigação, 33,2 mil pessoas foram entrevistadas em 133 municípios brasileiros. As entrevistas ocorreram na casa das pessoas.
“Possivelmente, este é o maior estudo já feito sobre a Covid no mundo e é muito importante para nós consolidarmos todos estes dados”, afirmou a ministra da Saúde, Nísia Trindade.
A investigação revelou que 15% das famílias enfrentaram alguma morte por Covid durante a pandemia, 21,5% das crianças tiveram que interromper os estudos e 34,9% perderam o emprego. Quase 50% tiveram redução na renda durante a emergência mundial de saúde.
“Todos os impactos, exceto morte familiar, afetaram mais as pessoas pobres. Essa pandemia afetou mais as pessoas que já tinham menor acesso à saúde e às oportunidades econômicas”, afirma o pesquisador Pedro Hallal, líder da pesquisa.
Covid longa
No Brasil, 18,9% relataram sintomas de Covid longa. Entre as pessoas que tiveram Covid, 28,8% dizem sentir sintomas até hoje, sejam recorrentes ou sazonais, 36,4% tiveram sequelas da doença e 34,9% não tiveram Covid longa.
A maioria das pessoas que manifestaram sintomas de Covid longa foram mulheres e indígenas. Entre os sintomas mais persistentes estão ansiedade (33,1%), cansaço (25,9%), dificuldade de concentração (16,9%) e perda de memória (12,7%).
O estudo brasileiro será publicado nas próximas semanas no International Journal of Infectious Diseases.
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