Cruzeiro do Sul, Acre, 24 de fevereiro de 2025 09:34

Cruzeiro do Sul registra maior número de focos de incêndio em meio a preocupante período de seca no Acre

capa queimadas

Nos primeiros 14 dias de julho, o estado do Acre registrou uma crescente preocupação com o aumento de focos de incêndio, com um total de 42 registros, de acordo com o Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Essa quantidade já se aproxima do total de ocorrências registradas durante todo o primeiro semestre, que somou 48 focos de janeiro a junho. É relevante ressaltar que, em comparação ao mesmo período de 2022, houve uma redução significativa de 65% nos índices de queimadas.

Essa tendência preocupante se intensifica durante o período de seca no estado, e os incêndios florestais podem ter consequências devastadoras. No ano anterior (2022), o Acre enfrentou o segundo maior número de área queimada da série histórica, totalizando 322.019 hectares, ficando atrás apenas do ano de 2005.

Entre os municípios acreanos, Cruzeiro do Sul se destaca como a cidade que registrou o maior número de focos de queimadas, somando um total de 11 ocorrências. Na sequência, aparecem Feijó, com 7, e Brasiléia, com 4 focos registrados. A capital, Rio Branco, por outro lado, apresentou apenas um foco identificado pelo satélite Aqua, demonstrando um dos menores índices da região.

Em 11 de julho, o miniMAP, uma iniciativa trinacional de Gestão de Risco e Defesa Civil envolvendo Madre de Dios (Peru), Acre e Pando (Bolívia), divulgou previsões preocupantes para a região. O cenário aponta grande probabilidade de chuvas abaixo da média e temperaturas acima do normal nos próximos três a cinco meses, aumentando o risco de incêndios acidentais em áreas agrícolas e florestais.

Os incêndios florestais geram altos níveis de fumaça, com implicações sérias para a saúde humana e ambiental, conforme destacado por especialistas das três regiões envolvidas na publicação do miniMAP.

Diante desse cenário crítico, o miniMAP recomenda às autoridades a preparação e implementação de planos de contingência. Medidas incluem ações para garantir o abastecimento de água, identificação e controle das queimadas, bem como redução dos impactos das ondas de calor em populações vulneráveis. Além disso, monitorar a qualidade do ar é essencial para adotar medidas que minimizem os efeitos da fumaça na saúde humana e ambiental.

Apesar dos sensores de monitoramento da qualidade do ar no Acre ainda indicarem níveis seguros de concentração de material particulado, todas as atenções se voltam para o combate às queimadas, que continuam sendo uma das principais preocupações durante o período de seca. O coronel Cláudio Falcão, coordenador da Defesa Civil de Rio Branco, destaca a importância de um plano de contingência para conter o crescimento dos focos de incêndio e realizar operações de abastecimento de água para áreas rurais afetadas pela diminuição da captação de água. A Defesa Civil está mobilizando órgãos e elaborando estratégias para minimizar os impactos das queimadas, que representam riscos para o patrimônio, vida humana e vida animal.