Cruzeiro do Sul, Acre, 5 de fevereiro de 2025 09:03

Escritor cruzeirense Raimundo Carlos de Lima (Dindola) é um dos agraciados com a Comenda do Mérito Cultural Lins Sampaio 2024

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A Comenda do Mérito Cultural Lins Sampaio é uma das mais altas honrarias concedidas pela Prefeitura de Cruzeiro do Sul, através da Secretaria Municipal de Cultura, em reconhecimento às personalidades que contribuem de forma significativa para a valorização e preservação da cultura cruzeirense.

Escritor Raimundo Carlos de Lima (Dindola) é o novo Comendador do Mérito Cultural Lins Sampaio

Na solenidade de entrega da Comenda deste ano de 2024, realizada na manhã desta quinta-feira (12) no Centro Cultural do Juruá,  foi concedida a honraria ao escritor Raimundo Carlos de Lima, mais conhecido pelos cruzeirenses por Dindola, que mora em Cuiabá (MT) e foi representado por sua irmã Maria da Glória (Glorinha) que recebeu a Medalha e o Diploma.

Dindola é daqueles cruzeirenses que, apesar de residir desde 1974 em Cuiabá, nunca ficou um só ano sem visitar sua cidade natal para rever os parentes e amigos e nesse tempo todo se dedicou a escrever um livro – NA AMAZÔNIA OCIDENTAL: a cidade-sede do alto Juruá revelada (como nasceu, cresceu e se desenvolve a capital do Alto Juruá) – lançado em Cruzeiro do Sul no dia 11.01.2016 e em Rio Branco no dia 21.01.2016 que retrata aspectos econômicos, sociais num registro de grande valor para a comunidade cruzeirense.

Conheça um pouco mais da vida do novo Comendador do Mérito Cultural Lins Sampaio:

RAIMUNDO CARLOS DE LIMA, também conhecido em Cruzeiro do Sul como Dindola, filho de Possidônio Rodrigues Lima e de Raimunda Carlos de Lima, nasceu na Cidade de Cruzeiro do Sul-Acre em 16 de novembro de 1952.

Formação Escolar:

–   Ensino Fundamental – a 1ª fase, correspondente ao Curso Primário, foi realizada na Escola Hugo Carneiro (então conhecida como Escola Rural) e no Grupo Escolar Barão do Rio Branco. A 2ª fase,  correspondente ao Curso Ginasial,  foi feita no Ginásio Cruzeirense Craveiro Costa, concluído em 1971;

– Segundo Grau –  Curso Técnico em Contabilidade, no Colégio Comercial Professor Flodoardo Cabral, concluído em 1974.

– Curso Superior – graduado em Ciências Econômicas pela Universidade Federal do Acre (Rio Branco), concluído em 1978.

– Pós-Graduação – Administração Financeira (560 horas-aula), no Instituto de Cooperação e Assistência Técnica (AEUEF/Brasília), concluído em 1982; e Direito Tributário (260 horas-aula), no Instituto Brasileiro de Estudos Tributários (IBET/São Paulo/SP), concluído em 2001.

Contribuições em âmbitos literário, histórico e cultural, inerentes a Cruzeiro do Sul-Acre:

Durante o curso ginasial (3ª série, 1970) – Raimundo Carlos participou do Concurso  de Redação promovido pelo 7º Batalhão de Engenharia de Construção do Exército Brasileiro (7ºBEC), sobre a Guerra do Paraguai. Sua participação deu ênfase à Batalha Naval de Riachuelo, comandada pelo Almirante Barroso, vencedor (1865). Eram três prémios. Foi premiado em 2º lugar, ficando o 1º com o seminarista Evaldo, da 4 ª série ginasial.

Ainda no mesmo curso ginasial, foi integrante da Banda que comandava os famosos desfiles cívicos-escolares  de 7 de Setembro e 28 de Setembro em   Cruzeiro do Sul, no final da  década de 1960 e início da década de 1970. E, também, como baterista no Conjunto The Lovers, formado pelo saudoso Irmão marista Rovílio Moro (1971-73).

Desfile 28 Set – Ginásio Craveiro Costa (1970)

Conjunto The Lovers  (1971)

Após graduação e pós-graduação, Raimundo Carlos vinha tendo algumas publicações, na Imprensa, de crônicas e comentários pertinentes a pessoas e assuntos da terra natal (Cruzeiro do Sul). E, no ano de 2015, após 25 anos de pesquisas, editou o livro de história do Alto Juruá com o seguinte título:

NA AMAZÔNIA OCIDENTAL: a cidade-sede do alto Juruá revelada (como nasceu, cresceu e se desenvolve a capital do Alto Juruá) – lançado em Cruzeiro do Sul no dia 11.01.2016 e em Rio Branco no dia 21.01.2016.

Após a edição do livro, Raimundo Carlos tem apresentado, com divulgação na Imprensa, todos os anos, no dia 28 de Setembro, crônicas comemorativas do aniversário de Cruzeiro do Sul, quais sejam:

  –  poema Amor à terra do extremo ocidente, de 2017 (homenagem a Cruzeiro do Sul por seus 113 anos);

  –  crônica em homenagem aos 114 anos de Cruzeiro do Sul-AC  (set-2018);

  –  crônica em homenagem aos 115 anos de Cruzeiro do Sul-AC  (set-2019).

  –  crônica em homenagem aos 116 anos de Cruzeiro do Sul-AC  (set-2020).

  –  crônica em homenagem aos 117 anos de Cruzeiro do Sul-AC  (set-2021).

  –  crônica em homenagem aos 118 anos de Cruzeiro do Sul-AC  (set-2022).

  –  crônica em homenagem aos 119 anos de Cruzeiro do Sul-AC  (set-2023).

  –  crônica em homenagem aos 120 anos de Cruzeiro do Sul-AC  (set-2024).

Quanto às atividades de natureza econômico-financeiras, suas primeiras atividades foram na pequena marcenaria de seu pai, Possidônio Rodrigues Lima, como auxiliar deste, na década de 1960. Possidônio, antes exercia as atividades de carpinteiro, mas, em virtude de seu estado de saúde, prejudicado com a atividades de seringueiro até 1950, passou a lidar com a marcenaria, de características mais leves do que as da carpintaria. Mais tarde, veio uma fase em que Possidônio ficou impossibilitado de trabalhar, por certo tempo e Dindola, que era morador da então Linha do Tiro (Avenida Boulevard Thaumaturgo) passou a executar, temporariamente, para venda, a extração de areia no Igarapé Boulevard Thaumaturgo, para uso na construção civil, quando aquele córrego ainda não sofria qualquer poluição. Num curtíssimo tempo, também quebrou tijolo para servir de concreto na construção da Eletroacre, por volta de 1970.

E sua vida profissional, com vínculo empregatício, teve início no 7º Batalhão de Engenharia de Construção do Exército Brasileiro – 7º BEC (Seção Técnica), onde trabalhou de agosto de 1972 a dezembro de 1974, no difícil trabalho de Apropriação, quando passou a elaborar – após recebimento das orientações de um sargento que fora transferido de Cruzeiro do Sul – relatórios para o Comando Militar da Amazônia, relatórios esses das realizações de quantidades e custos  da rodovia, por quilômetro, com  detalhamento por tipo de serviço: desmatamento, destocamento, terraplenagem e conservação; obras de arte (pontes e bueiros) etc.

Na sequência e já cursando a universidade em Rio Branco, trabalhou sem vínculo empregatício no Funrural até 1975 e em 1976 foi aprovado em concurso público do INCRA, com lotação em Rio Branco. Em 1979, como economista, convidado, passou a exercer esse cargo e funções em Brasília, onde permaneceu até o final do ano de 1987. Por ter sido aprovado em concurso de nível nacional para Auditor-Fiscal da Receita Federal, teria que assumir o cargo em uma das cidades brasileiras que dispunham de vaga. Como havia três vagas na Cidade de Cuiabá e esta fazia parte do trajeto anual para Cruzeiro do Sul, de Raimundo Carlos e de sua esposa, Maria Terezinha da Silva Lima, que é também cruzeirense, filha do conhecido comerciante Pedro Inácio da Sila e de Vilma Nogueira da Silva, optou por Cuiabá e foi contemplado com uma das três vagas. De Cuiabá até poderia ter saído, depois, para outras cidades, mas sua esposa ali trabalhava e ainda trabalha e os 2 filhos, Hugo Giordano Silva Lima (39 anos) e Thomás Henrique Silva Lima (34 anos) casaram, um com uma jovem cuiabana e o outro com uma jovem mineira, e as famílias de ambas residem em Cuiabá, assim como os três netos, tornando inconveniente/dificultada a mudança para outra cidade. Não obstante, Raimundo Carlos saiu de Cruzeiro do Sul, mas esta dele não saiu, o que o torna plenamente vinculado. De 1974 até 2024, não ficou um só ano sem visitar sua cidade-berço, a qual não esquecerá ou abandonará jamais.