Cruzeiro do Sul, Acre, 10 de janeiro de 2025 09:55

Fenaj e Abraji repudiam ataques de Eduardo Bolsonaro a Miriam Leitão

Deputado Eduardo Bolsonaro - Cleia Viana/Câmara dos Deputados - 20.03.2020

A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) emitiram comunicados de repúdio ao comentário do deputado Eduardo Bolsonaro, ironizando o período em que a jornalista Miriam Leitão, do Jornal O Globo, sofreu torturas na ditatura militar.

Por meio de uma publicação em seu site oficial, a Fenaj defendeu que o deputado perca seu mandato pelo crime de apologia à tortura. A entidade destacou que esta não foi a primeira menção do filho do presidente à tal prática tão pouco foi o primeiro ataque da família Bolsonaro direcionado à jornalista.

“Não foi a primeira vez que a jornalista Míriam Leitão foi desrespeitada pela família Bolsonaro, em sua história de militante e presa política. Portanto, passa da hora de os demais poderes constituídos da República brasileira, agirem para garantir o Estado de Direito, com a punição cabível para autoridades que insistem em agir fora dos preceitos legais e democráticos” , destacou a Fenaj.

A Abraji também destacou que o episódio não é um fato isolado e que a continuidade dos ataques mostra que esta seria uma tentativa de silenciar e desvalorizar o trabalho da jornalista no debate político.

“Míriam Leitão tem contribuído para o jornalismo político e econômico há mais de 40 anos, sendo uma das profissionais mais respeitadas do país. O ataque de Eduardo Bolsonaro, notadamente defensor desse período sombrio da história do país, causa indignação não só no meio jornalístico como no político e econômico” , disse o comunicado da Abraji.

“É de se lamentar que um parlamentar eleito com os mecanismos democráticos use seu discurso para atacar profissionais que se colocaram sempre na defesa da democracia e apoie um período em que direitos civis foram suprimidos no Brasil” , finalizou.