Cruzeiro do Sul, Acre, 11 de janeiro de 2025 12:56

Idoso afirma que alagação do repiquete será igual a outra e perigo de enchente maior é fim de abril

velho alaga

Com a experiência de quem nasceu no seringal Açaítuda, no baixo Juruá e navegou por 30 anos de Ipixuna à Cruzeiro do Sul, o senhor Antônio Laurentino explicava sobre o repiquete do rio numa rodada de amigos que estavam no bairro da Várzea, na beira do Rio Juruá, que nesta sexta-feira (02) continua a subir e já chega na marca de 13,83 metros.

Segundo o idoso que mora na beira do Rio Juruá há cerca de 15 anos, pela sua experiência o repiquete do rio terá o mesmo tanto de águas da enchente do mês passado, que desalojou e desabrigou muitas pessoas e afirma que nesta sexta-feira o rio encheu dois dedos de água de acordo com a medição que ele faz nos degraus da calçada.

“Estou acostumado com o Juruá e acompanho a subida das águas na medida da calçada. Naveguei muito de Ipixuna para Cruzeiro com o rio alagado. Saia 6:00 horas da tarde com o bote carregado de peixe, navegava o dia e a noite e chegava às 6:00 da tarde do outro dia. Na alagação não tem perigo navegar não porque a corredeira vai para dentro da mata”, afirma.

Com 78 anos de idade Laurentino afirma que nesta época do ano o Rio Juruá alaga, baixa e sobe de novo nos repiquetes e o resultado é muito peixe para alimentar a população, mas o perigo de uma alagação maior todos os anos fica para o fim do mês de abril onde o rio pode subir muito. “De maio para junho é o tempo da piracema do mandim depois que o rio vaza”, explica.

 

Travessas do bairro da Várzea já estão alagadas e criançada aproveita para tomar banho, mas há riscos de doenças