Algumas das imagens foram mostradas ao secretário de Estado dos EUA em sua visita a Jerusalém
O gabinete do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, divulgou “fotos horríveis de bebês assassinados e queimados pelos monstros do Hamas”.
“O Hamas é desumano. O Hamas é o ISIS [Estado Islâmico]”, escreveu em uma postagem nas redes sociais do gabinete.
As três fotos mostravam dois bebês cujos corpos haviam sido queimados de forma irreconhecível e o corpo de uma terceira criança manchada de sangue.
A postagem de Netanyahu dizia que as fotos eram algumas das que o primeiro-ministro israelense mostrou ao secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, em sua visita a Jerusalém.
Entenda o caso
As alegações de que crianças foram decapitadas no kibutz de Kfar Aza surgiram, na última terça-feira (10), na mídia israelense.
As Forças de Defesa de Israel (FDI) descreveram posteriormente a cena como um “massacre”, em comunicado à CNN. Mulheres, crianças, bebês e idosos foram “brutalmente massacrados no modo de ação do Estado Islâmico”, disseram as FDI.
Tal Heinrich, porta-voz de Netanyahu, disse, na quarta-feira (11), que bebês e crianças pequenas foram encontrados com “cabeças decapitadas” em Kfar Aza.
O presidente dos EUA, Joe Biden, pareceu confirmar essa informação. Em uma mesa redonda com líderes da comunidade judaica na quarta-feira, ele disse: “Tenho feito isso há muito tempo, nunca pensei realmente que veria… fotos confirmadas de terroristas decapitando crianças.”
Um funcionário do governo dos EUA esclareceu posteriormente os comentários de Biden, dizendo à CNN que nem Biden, nem seus assessores viram fotos ou receberam relatos confirmados de crianças ou bebês decapitados pelo Hamas.
O responsável esclareceu que Biden se referia a comentários públicos de meios de comunicação e autoridades israelitas.
Um porta-voz das FDI, Jonathan Conricus, disse mais tarde naquele dia que os terroristas provavelmente realizaram decapitações de bebês no kibutz de Be’eri.
“Recebemos relatos muito, muito perturbadores, vindos do local, de que havia bebês que tinham sido decapitados. Penso que agora podemos dizer com relativa confiança que, infelizmente, foi isso que aconteceu em Be’eri”, disse ele.
As autoridades israelenses inicialmente evitaram discutir os detalhes de como os seus cidadãos foram mortos. Em vez disso, compararam a brutalidade do Hamas à do Estado Islâmico, o grupo terrorista sunita que decapitou e queimou prisioneiros vivos.
O Hamas negou, na quarta-feira, as acusações. Izzat al-Risheq, um alto funcionário e porta-voz do grupo radical islâmico, disse que a mídia internacional “espalhou mentiras sobre o nosso povo palestino e a resistência, alegando que membros da resistência palestina decapitaram crianças e atacaram mulheres sem nenhuma evidência para apoiar tal afirmações e mentiras”.
A afirmação de Al-Risheq de que o Hamas não atacou mulheres é comprovadamente falsa. Mulheres, crianças e idosos em kibutzim como Kfar Aza e Be’eri foram mortos durante o ataque surpresa.
Vídeos postados online e verificados pela CNN mostram mulheres que participavam do festival de música eletrônica alvo de homens armados do grupo sendo sequestradas.
A CNN se debruçou sobre centenas de horas de mídias publicadas nas redes na tentativa de corroborar relatos de atrocidades cometidas pelo Hamas