Ex-presidente se reuniu com o conselho de sua pré-campanha em São Paulo nesta segunda-feira
O ex-presidente Lula afirmou nesta segunda-feira, durante uma reunião do conselho de sua pré-campanha em São Paulo, que tem notado uma escalada em atos de violência política no país que deve continuar. Segundo participantes do ato, Lula defendeu cautela e a manutenção de um discurso pacifista.
Ele se reuniu com lideranças partidárias que compõem a aliança Vamos Juntos Pelo Brasil, formada por PCdoB, PSB, PSOL, PT, Rede e Solidariedade. O evento, que já estava marcado desde a semana passada, foi marcado pela reação da pré-campanha petista ao assassinato do tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu Marcelo Arruda, cometido pelo bolsonarista Jorge Guaranho no último sábado.
“Lula deixou claro que não podemos responder os atos de violência com mais violência e que, ao mesmo tempo, não podemos deixar de participar do movimento democrático”, afirmou o presidente da central sindical UGT, Ricardo Patah, um dos presentes ao evento.
Para o ex-presidente, Bolsonaro e seus aliados representam um “outro lado radical, que usa armas e está vendo que está perdendo nas pesquisas”. Segundo aliados, o discurso de “bem contra o mal” usado por Bolsonaro é uma forma de reagir, com virulência, à sua desvantagem eleitoral.
A deputada federal e presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), afirmou que Bolsonaro e seu partido, o PL, devem responder à Justiça eleitoral toda vez que o presidente fizer falas que incitem à violência e sirvam “como gatilho” para atos de violência política contra opositores.
“Vamos pedir que o TSE tome providências porque toda vez que tiver uma frase gatilho do Bolsonaro para ativar um ato de violência ele ou o PL têm que responder por isso. Ele não pode ficar sem resposta. Estamos estudando para saber como formular. Ele não pode ficar dando suas mensagens naquelas lives irresponsáveis que ele faz e atiçar pessoas a cometer atos de violência”, afirmou Gleisi.
A presidente do PT disse, também, que os partidos da aliança que apoia Lula vão solicitar ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nesta terça-feira que realize uma campanha em prol de eleições pacíficas. A manifestação, de acordo com a deputada federal, será aberta a outros partidos e a outros presidenciáveis que não Bolsonaro. Segundo Gleisi, “seria ridículo” incluir o presidente no diálogo porque “ele é que está instalando o movimento de ódio” no país.
“Vamos pedindo para ir amanhã (terça-feira) ao TSE falar sobre isso e levar para apresentar ao tribunal um memorial da violência política, em que nós apresentamos todos os casos de violência política que aconteceram no Brasil recentemente”, disse Gleisi.
A petista também afirmou que não deve haver mudanças no esquema de segurança do ex-presidente Lula. Para ela, “a segurança maior que nós temos é colocar o povo na rua”. Gleisi, que esteve no velório de Marcelo Arruda em Foz do Iguaçu, ofereceu apoio jurídico do PT à família da vítima.
Gleisi ressaltou, ainda, que o partido vai pedir à Procuradoria-Geral da República a federalização das investigações policiais sobre o assassinato de Marcelo Arruda, hoje a cargo da Polícia Civil do Paraná. Na avaliação da sigla, como a motivação do crime teria sido intolerância política, o caso deveria ser designado à Polícia Federal.
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