O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse nesta segunda-feira 7 que a população brasileira “entrará em pânico” sem um plano de vacinação contra a Covid-19. Ele também garantiu que o Congresso Nacional definirá as bases para um programa de imunização, com ou sem a participação do governo de Jair Bolsonaro.
“As pessoas vão começar a entrar em pânico se o Brasil ficar para trás nessa questão de ter um plano, uma estratégia clara e objetiva. É bom que isso seja feito com o governo. Eu disse já ao presidente Bolsonaro. Mas nós vamos avançar de qualquer jeito, até porque o Supremo também vai avançar. E acho que o melhor caminho é que se faça de maneira integrada entre Executivo, Legislativo e, depois, a decisão final do Supremo”, afirmou Maia em entrevista coletiva na entrada da Câmara dos Deputados.
“É muito grave que o Brasil não defina logo um plano, não resolva de forma definitiva qual é o caminho e como o governo vai trabalhar e também como é que vai orientar o setor privado a trabalhar em relação às vacinas”, disse ainda.
Nesta segunda, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou que o estado iniciará o processo de vacinação em 25 de janeiro de 2021, com o imunizante Coronavac, produzido em parceria pelo laboratório chinês Sinovac e pelo Instituto Butantan. O tucano também voltou a criticar a projeção, anunciada pelo Ministério da Saúde, de iniciar o processo de vacinação contra a Covid-19 apenas em março de 2021.
“Não estamos virando as costas para o Plano Nacional de Imunização, mas precisamos ser mais ágeis e, por isso, estamos nos antecipando. Por que iniciar a vacinação dos brasileiros em março se podemos fazer isso em janeiro?, perguntou, destacando que “milhões de vidas poderão ser salvas”. O governador paulista lembrou que “600 pessoas perdem suas vidas todos os dias no Brasil” [por causa da Covid-19] e que “a vacina não pode ser adiada”.
Horas depois, entretanto, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) pregou cautela e destacou as etapas restantes até a obtenção da autorização para o uso do imunizante Coronavac, desenvolvido pelo laboratório chinês Sinovac e pelo Instituto Butantan. A Anvisa informou, por exemplo, que “não foram encaminhados dados relativos à fase III, que é a fase que confirma a segurança e eficácia da vacina”.
No fim da tarde, o presidente Jair Bolsonaro foi às redes sociais e escreveu que “em havendo certificação da Anvisa (orientações científicas e preceitos legais) o governo federal ofertará a vacina a todos, gratuita e não obrigatória”.
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