Uma feira montada no estacionamento ao lado do mercado da carne, outra no Mercado do Agricultor e mais uma no bairro do Remanso, além do Mercado do Peixe oferecem muito pescado, da melhor qualidade, nesta semana Santa.
Matrinchã, Curimatã, Pacu, Surubim e outros tipos de peixe, inclusive o piau, em menor quantidade, com preços entre R$ 8,00 e R$ 15,00 o quilo, vai garantir a tradição de não se comer carne e o cardápio tradicional com muito peixe.
A grande expectativa, agora, fica por conta do decreto de lockdown no sábado que pode prejudicar a venda. A maioria do peixe oferecido à população é de rio vindo do baixo Amazonas e a maioria dos barcos navegou sete dias para chegar com o pescado.
Alguns dos vendedores avaliam que nestes primeiros dias da semana a venda não está muito aquecida e esperam que a população possa se organizar para antecipar e fazer as compras principalmente pela expectativa de mais um lockdown.
“Na Sexta-feira Santa não vendemos o peixe, isso é uma tradição nossa pelo respeito, mas no sábado se tiver lockdown vai prejudicar nossa venda. O local da venda está muito organizado e não está tendo problema nenhum de aglomeração, mas concordamos com as normas do distanciamento social”, disse um vendedor.
O dono de um barco que faz transporte do peixe do Baixo Amazonas para Cruzeiro do Sul, Chico Quiroga, nesta última viagem retornou 17 dias depois de ter deixado o porto da cidade e garantiu cerca de oito toneladas de peixe de boa qualidade comprado no município de Itamarati (AM).
O barco do senhor tem uma caixa que mantém refrigerado com gelo o peixe e nesta viagem teve o apoio de 16 trabalhadores para fazer o transporte do pescado. “Passamos três dias abastecendo o barco com um peixe de primeira qualidade e na viagem demoramos sete dias de Itamarati para Cruzeiro do Sul”, afirma.
O peixe no barco do Chico Quiroga está sendo vendido entre R$ 8,00 e R$ 12,00” o quilo, informa o dono do barco que pessoalmente realiza o atendimento da venda das várias espécies de peixe – Matrinchã grande e pequena, peixe de couro, suburim caparari – entre outras espécies da melhor qualidade, tudo peixe de rio.
“Desde menino trabalho nessa profissão e neste ano temos fartura de peixe de muita qualidade comprado no município de Itamarati, no Amazonas para abastecer nossa população e atender os que ainda gostam de manter a tradição do peixe na Semana Santa”, finaliza.
No Mercado do Peixe também tem muito peixe do rio e também de açudes e novidades como o bacalhau da Amazônia e mandim, além das outras espécies que são vendidos com escama ou já tratados. Quem comprar peixe com escamas pode mandar tratar na banca do Tó, conhecido como Zé do Cacete, um pescador profissional de mais de 30 anos que há 10 anos trata peixe no mercado.
“Tem dia que trato 50 quilos de peixe, aqui não falta peixe para tratar, ainda bem que peixe não tem chifre”, brinca sorridente o antigo pescador que passou 20 anos pescando no Baixo Amazonas, tem 28 anos de contribuição previdenciária e trabalha sempre com muita alegria e descontraindo os colegas.
Veja o vídeo, com a habilidade do seu Tó, o Zé do Cacete, ao ticar o peixe: