O Ministério Público Eleitoral de São Paulo concluiu haver indícios de que o ex-juiz Sérgio Moro (União Brasil) e a mulher dele, Rosangela Moro, fraudaram seu domicílio eleitoral ao transferirem seus títulos de eleitor para São Paulo.
O promotor Reynaldo Mapelli Júnior determinou “a requisição de inquérito policial à Polícia Federal, nos termos da Resolução TSE nº 23.640, de 29 de abril de 2021, mediante ofício que deve ser instruído com cópia deste despacho e da integralidade dos autos digitais, para a apuração da ocorrência ou não do crime do artigo 289 do Código Eleitoral (“inscrever-se fraudulentamente eleitor”)”.
A posição do MP atende à queixa-crime da empresária Roberta Luchsinger. “É o plot twist da eleição. Sérgio Moro decidia quem a Polícia Federal investigava na Lava Jato. Agora, é ele quem será investigado pela Polícia Federal”, disse ela à coluna.
“Por primeiro, é preciso considerar que o vínculo residencial, social e afetivo dos Noticiados é indubitavelmente a cidade de Curitiba, no Estado do Paraná, onde ambos exercem suas atividades pessoais, profissionais e políticas”, diz o documento assinado pelo promotor Mapelli Júnior.
Moro e Rosângela transferiram os domicílios eleitorais para São Paulo como parte da estratégia de lançar candidaturas nas eleições deste ano.
Em nota enviada à coluna, o advogado Gustavo Guedes, que defende Sérgio e Rosângela Moro, afirmou: “Sergio e Rosangela Moro cumpriram rigorosamente todas exigências da legislação eleitoral ao solicitarem a mudança de domicílio eleitoral. Moro e sua esposa estão à disposição da Polícia Federal para prestar todos os esclarecimentos necessários, confiantes de que a lei vale para todos e deverá prevalecer.”