Depois de estarem por mais de 30 dias com as visitas íntimas suspensas no Complexo Penitenciário Manoel Nery e não ter nenhuma definição da direção da unidade mulheres de presos fecharam o tráfego na ponte da União, no final da tarde desta sexta-feira (26). Elas exigiam a presença do diretor da penitenciária para negociar e desocuparem a ponte.
Denúncias de tratamento abusivo e desumano por parte dos agentes, maus tratos com seus esposos e a suspensão da visita íntima eram as reclamações mais expressivas das mulheres que estavam decididas a permanecer na obstrução do trânsito, mesmo com a ameaça de intervenção da Polícia Militar para liberar o tráfego.
Rapidamente se formou uma extensa fila de centenas de carros e motos tanto de um lado como do outra da manifestação que teve momentos tensos com a ameaças de motociclistas de avançarem sobre a barreira de mulheres. A Polícia Militar negociou a liberação do tráfego, mas as mulheres estavam irredutíveis e não cederam as propostas.
“Cadê o diretor, Cadê o diretor, Cadê o diretor”, gritavam as manifestantes que reclamavam do tratamento que elas tem recebido na penitenciária nos momentos das visitas e denunciarem que quando elas fazem manifestação os presos são castigados dentro da penitenciária.
Depois da intervenção da imprensa, numa negociação liderada pelo diretor do Vozdonorte, junto com o sargento Adônis do 6º Batalhão de Polícia Militar (6º BPM) num contato via telefone com o diretor do Complexo Penitenciário Manoel Nery foi acertado o recebimento imediato de uma comissão pelo diretor Elvis o que resultou na liberação da ponte.
Depois da negociação as mulheres desfizeram a barreira, por volta das 19:30 horas e as representantes das manifestantes foram recebidas pelo diretor do Complexo Penitenciário que ouviu as manifestantes e pactuou que na próxima quarta-feira (01) elas retornarão para receber as orientações sobre a liberação das visitas íntimas.
