O presidente Lula (PT) afirmou nesta quarta-feira (12) que o Brasil “não pode perder a oportunidade” de exploração de petróleo no bloco da Margem Equatorial, próxima à Foz do Rio Amazonas, na costa do Amapá.
O que aconteceu
A extração, defendida pela Petrobras, é polêmica pela distância de cerca de 500 km do rio. No ano passado, o Ibama chegou a dar um parecer que impedia a iniciativa, que depois foi liberada pela AGU (Advocacia-Geral da União).
Lula sempre defendeu a exploração, embora vá em caminho contrário ao discurso de desenvolvimento sustentável do governo. “A hora que começarmos a explorar a chamada margem equatorial, acho que a gente vai dar um salto de qualidade extraordinária”, disse Lula.
A justificativa do Planalto, reverberada pelo ministro Alexandre Silveira (Minas e Energia), é que, enquanto a transição energética não for feita, é preciso manter a exploração.
Queremos fazer tudo legal, respeitando o meio ambiente, respeitando tudo, mas nós não vamos jogar fora nenhuma oportunidade de fazer esse país crescer.
Lula, em evento com investidores
A Petrobras estima que o bloco da Margem Equatorial possa conter 5,6 bilhões barris de petróleo. Essa seria uma das maiores reservas da história do país. Como comparação, o Pré-Sal tem cerca de 12 bilhões de barris.
A extração pode prejudicar o bioma de toda a região. Estudos indicam que as construções e intervenções podem alterar a maré e até influenciar na fauna e na flora ao longo de todo o rio.
Petrobras
Lula participou de um evento com investidores internacionais. Ele está no Rio desde ontem (11), quando participou da premiação da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas, criada durante o primeiro mandato do petista.
Este é o primeiro evento aberto de Lula com a nova presidente da Petrobras, Magda Chambriard. De perfil desenvolvimentista, ela substituiu Jean Paul Prates em maio. “A nossa Petrobras está quase disputando com a Aramco”, brincou Lula, em referência à petrolífera saudita que financia o evento em que o presidente falou, no Rio.
[Não podemos perder a oportunidade] de fazer com que esse país, junto com a Arábia Saudita nos Brics, possa criar uma nova forma de investimento, possa criar um novo sistema de tratamento das pessoas.
Lula, em evento com investidores