O Ministério da Saúde anunciou que vai entregar, nos próximos dias, usinas de geração de oxigênio para mais sete cidades do Amazonas: Alvarães, Barcelos, Carauari, Eirunepé, Itacoatiara, Lábrea e Tefé.
Os equipamentos foram doados pela iniciativa privada para ajudar o estado a enfrentar o aumento da demanda por oxigênio medicinal, consequência do recrudescimento do número de casos da covid-19 no estado durante o mês de janeiro.
Quatro usinas doadas pelo Hospital Sírio Libanês e pela Fundação Itaú já estão em Manaus. Nos próximos dias, elas serão transportadas para Carauari, Eirunepé, Lábrea e Tefé, onde deverão ser instalados em hospitais regionais. Segundo o ministério, cada um destes equipamentos pode produzir até 26 metros cúbicos de oxigênio medicinal por hora, ajudando a reduzir a dependência dos cilindros vindos de outras regiões.
Outras três usinas, doadas pela União-BR, também já foram entregues na capital amazonense e serão transportadas para Alvarães, Barcelos e Itacoatiara. Os três equipamentos têm capacidade para gerar, respectivamente, 8, 11 e 5 metros cúbicos de gás/hora. Itacoatiara também deve receber, em breve, a 15 concentradores de oxigênio doados pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
A meta do Ministério da Saúde é instalar 64 usinas de oxigênio no estado. Até o momento, 18 delas já estão funcionando: dezesseis em Manaus, cidade que concentra mais da metade da população e o maior número de hospitais do estado, e duas no interior – uma em Manacapuru e outra em Tabatinga, esta última também doada pelo Sírio Libanês/Fundação Itaú.
Além disso, o ministério informou que está sendo providenciada a transferência para Iranduba, na região metropolitana de Manaus, de uma usina do Hospital Universitário Getúlio Vargas. Em troca, o hospital receberá um outro aparelho, mais potente, e que já foi entregue na capital nesta quarta-feira (3).
A pasta calcula que, caso seja necessário, o funcionamento de uma nova usina, de maior porte, permitirá ao Getúlio Vargas abrir cerca de 70 novos leitos clínicos e de UTI.
Boletim
O boletim epidemiológico que a Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas divulgou ontem (4) à noite revela que, até as 10 horas desta quinta-feira, o estado contabilizava 276.551 casos de pessoas infectadas pelo novo coronavírus e 8.716 mortes em consequência da covid-19.
Entre os casos confirmados da doença, 2.050 pacientes permanecem internados (1.343 em leitos clínicos; 637 em vagas de UTIs e 70 nas chamadas salas vermelhas, destinadas à estabilização de pacientes críticos/graves. Outras 505 pessoas internadas aguardavam os resultados de exames para saber se foram infectadas.
Ainda nesta quinta-feira, o diretor-presidente da fundação estadual, Cristiano Fernandes, participou de uma apresentação dos números da doença no estado, ao lado do governador Wilson Lima. Durante a transmissão, Fernandes apontou indicadores que apontam que a taxa de transmissão da covid-19 diminuiu há duas semanas e, desde então, se mantém estável.
“Nós tínhamos, há duas semanas, uma taxa de 1.30, o que significa que, de cada 100 infectados no intervalo de uma semana, o vírus pode ser transmitido para 130 pessoas”, afirmou.
“Esse número reduziu de 1.30 para 1.1. Significa que ainda temos uma alta taxa de transmissão, mas os dados têm mostrado estabilidade e tendência de redução no número de casos”, acrescentou o diretor. Ele disse ainda que a média móvel de casos e de mortes vêm diminuindo.
“Nos últimos 14 dias, também temos apresentado uma redução, tanto no interior, como na capital. No Amazonas, a média está em torno de 80 óbitos por dia. A capital tem média de 65 óbitos por dia; enquanto o interior, em torno de 20. Então a gente tem tendência à redução de número de óbitos por covid-19.”
Distanciamento
Apesar do otimismo, o governador Wilson Lima reforçou a importância das pessoas respeitarem as recomendações das autoridades sanitárias, mantendo o distanciamento social, evitando aglomerações, usando máscaras, higienizando as mãos e os objetos pessoais e permanecendo o máximo de tempo possível em suas casas.
“Não há outro caminho para quebrar essa cadeia de transmissão. A gente já começa a ver alguns resultados, baixando essa taxa de infecção. Conseguimos, esses dias, perceber uma estabilidade nos números. Eles não estão caindo como esperávamos. Esperávamos que caíssem mais rapidamente, mas já encontrou uma estabilidade e a tendência é que possa melhorar. Só que essa melhora vai depender do esforço de cada um”, enfatizou. o governador do Amazonas.
Edição: Maria Claudia