Ocupação – Segundo o IBGE, dados da PNAD Contínua apontam que o indicador se manteve estável nas outras 12 unidades da Federação
O desemprego no país caiu para 6,9% no segundo trimestre de 2024, recuando um ponto percentual ante o primeiro trimestre do ano (7,9%) e alcançando o menor índice para o período desde 2014. A taxa diminuiu em 15 das 27 unidades da Federação, mantendo-se estável nas outras 12. É o que mostram os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgados nesta quinta-feira, 15 de agosto, pelo IBGE.
As menores taxas de desemprego do segundo trimestre foram de Santa Catarina (3,2%), Mato Grosso (3,3%) e Rondônia (3,3%) e as maiores, de Pernambuco (11,5%), Bahia (11,1%) e Distrito Federal (9,7%).
A PNAD Contínua é a principal pesquisa sobre a força de trabalho do Brasil. A coordenadora de Pesquisas por Amostras de Domicílios do IBGE, Adriana Beringuy, destacou que, nas unidades da Federação onde a queda não foi estatisticamente significativa, o panorama foi de estabilidade. “Dessa forma, nenhum estado apresentou aumento da taxa de desocupação na comparação com o primeiro trimestre de 2024”, afirmou.
A maior queda foi observada na Bahia (-2,9 pontos percentuais), já que o estado passou de uma taxa de desocupação de 14% no primeiro trimestre para 11,1% no segundo trimestre. Outros nove estados tiveram queda acima da média nacional: Piauí (-2,4 p.p., ao passar de 10% para 7,6%), Amazonas (-1,9 p.p., de 9,8% para 7,9%), Alagoas (-1,8 p.p., de 9,9% para 8,1%), Tocantins (-1,7 p.p., de 6% para 4,3%), Acre (-1,7 p.p., de 8,9% para 7,2%), Espírito Santo (-1,4 p.p., de 5,9% para 4,5%), Maranhão (-1,1 p.p., de 8,4% para 7,3%), Ceará (-1,1 p.p., de 8,6% para 7,5%) e Pará (-1,1 p.p., de 8,5% para 7,4%).
Minas Gerais e São Paulo tiveram a mesma queda da média nacional, sendo que o primeiro recuou de 6,3% para 5,3% e o segundo, de 7,4% para 6,4%.
Com quedas menos intensas, aparecem Goiás (-0,9 p.p., de 6,1% para 5,2%), Rio de Janeiro (-0,7 p.p., de 10,3% para 9,6%) e Santa Catarina (-0,6 p.p., de 3,8% para 3,2%).
Mato Grosso e Rondônia mantiveram-se estáveis (3,3%). Ainda na casa dos 3 pontos, aparece Mato Grosso do Sul, com 3,8%.
Também apresentaram estabilidade Paraná (4,4%), Rio Grande do Sul (5,9%), Roraima (7,1%), Paraíba (8,6%), Amapá (9%), Sergipe (9,1%), Rio Grande do Norte (9,1%), DF (9,7%) e Pernambuco (11,5%).
RENDIMENTO – O rendimento médio real da população ocupada teve crescimentos nas regiões Sul (R$ 3.528) e Nordeste (R$ 2.238), comparado com o primeiro trimestre de 2024, e se manteve estável nas outras regiões. Em relação ao mesmo trimestre de 2023, o rendimento médio cresceu no Sul, Nordeste e Sudeste (R$ 3.627), com estabilidade no Norte (R$ 2.508) e Centro-Oeste (R$ 3.641).
A massa de rendimento médio real de todos os trabalhos do país, estimada em R$ 322,6 bilhões, cresceu nas duas comparações: frente ao trimestre anterior (R$ 311,8 bilhões) e também ao 2º trimestre de 2023 (R$ 295,4 bilhões). Frente ao 1º trimestre de 2024, a massa de rendimento cresceu em todas as grandes regiões, exceto no Centro-Oeste, que apresentou estabilidade. Entre as cinco grandes regiões do país, o Sudeste tinha a maior massa de rendimento real (R$ 165,0 bilhões) no 2º trimestre de 2024.
TEMPO DE PROCURA – Em todas as faixas de tempo de procura, a desocupação caiu mais de 10% no segundo trimestre de 2024. De acordo com a pesquisa, o grupo dos que buscavam trabalho por menos de um mês teve redução de 10,2%. Já o dos que procuravam trabalho de um mês a menos de um ano diminuiu 11,0%. O contingente dos que buscavam trabalho por um ano a menos de dois anos recuou 15,2%, e a faixa com maior tempo de procura (dois anos ou mais) teve a maior redução percentual: 17,3%.
Além disso, o número de pessoas que buscavam trabalho por dois anos ou mais recuou para 1,7 milhão, seu menor valor, para um segundo trimestre, desde 2015.
TAXA DE INFORMALIDADE – A taxa de informalidade para o Brasil foi de 38,6% da população ocupada. O menor índice de informalidade está em Santa Catarina, com 27,1%, Distrito Federal, com 29,8%, e São Paulo, com 31,2%. Entre os estados com as maiores taxas estão Pará (55,9%), Maranhão (55,7%) e Piauí (54,6%).
De acordo com o IBGE, o cálculo da taxa de informalidade da população ocupada considera os empregados no setor privado sem carteira de trabalho assinada, os empregados domésticos sem carteira de trabalho assinada, os empregadores sem registro no CNPJ, os trabalhadores por conta própria sem registro no CNPJ e os trabalhadores familiares auxiliares.
GÊNERO E COR – A taxa de desocupação por sexo foi de 5,6% para os homens e 8,6% para as mulheres no segundo trimestre de 2024. Já a taxa de desocupação por cor ou raça ficou abaixo da média nacional para os brancos (5,5%) e acima para os pretos (8,5%) e pardos (7,8%).
ESCOLARIDADE – Para as pessoas com ensino médio incompleto, a taxa de desocupação foi maior que as dos demais níveis de instrução (11,5%). Para as pessoas com nível superior incompleto, a taxa foi de 7,1%, quase o dobro da verificada para o nível superior completo (3,6%).
IDADE – No segundo trimestre de 2024, as pessoas de 14 a 17 anos de idade representavam 6,8% das pessoas em idade de trabalhar. Os jovens de 18 a 24 anos correspondiam a 12,4%. As maiores parcelas eram formadas pelos grupos de 25 a 39 anos (29,0%) e de 40 a 59 anos (32,1%). Os considerados idosos pela Organização Mundial da Saúde para países em desenvolvimento, 60 anos ou mais de idade, representavam 19,7%. A taxa de desemprego dos jovens entre 18 e 24 anos ficou em 14,3%.