Cruzeiro do Sul, Acre, 22 de dezembro de 2024 01:00

Embrapa Acre – Pesquisadores realizam primeira viagem de diálogos de saberes no Alto Juruá

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A equipe do projeto “Registro dos Sistemas Agrícolas Tradicionais do Alto Juruá (RSAT Alto Juruá)” deu início às atividades de campo para reconhecimento das propriedades agrícolas que praticam a agricultura tradicional em Cruzeiro do Sul (AC), Rodrigues Alves (AC), Mâncio Lima (AC) e Guajará (AM). A viagem foi realizada entre os dias 1 e 7 de setembro.

“São roçados sustentáveis com muitas plantas medicinais e ornamentais, plantas de poder, de magia, e isso tudo faz parte do sistema agrícola tradicional. No município de Guajará (AM), por exemplo, tem famílias coletando cacau nativo na floresta e vendendo para São Paulo para fazer chocolates finos. Em Cruzeiro do Sul (AC), temos dois produtos que despontam: o açaí e a mandioca”, explicou o pesquisador da Embrapa Acre e líder do projeto, Amauri Siviero.

São exemplos de práticas tradicionais a coleta de açaí na floresta, as variedades de feijões na várzea e a Indicação Geográfica (IG) da farinha de mandioca de Cruzeiro do Sul (AC). “Os cultivos são cheios de variedades, com mais de 15 espécies, como o feijão de corda na várzea, o milho, a banana e mandioca.  E isso é conservação da agrobiodiversidade, um dos pontos fundamentais que a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO/ONU) precisa para que possamos registrar esses sistemas agrícolas do Alto Juruá, seja várzea, agricultura de barranco ou agricultura de roçado.”, enfatizou.

Práticas tradicionais

O projeto “Registro dos Sistemas Agrícolas Tradicionais do Alto Juruá (RSAT Alto Juruá)” Alto Juruá tem como objetivo registrar práticas tradicionais agrícolas da região como sistema importante do Patrimônio Agrícola Mundial (SIPAM). Serão desenvolvidas em cinco municípios acreanos, que compõem a bacia hidrográfica do Alto Juruá: Cruzeiro do Sul, Rodrigues Alves, Porto Walter, Mâncio Lima e Marechal Thaumaturgo e dois no Amazonas: Ipixuna e Guajará.

Para o pesquisador da Embrapa Agrobiologia (RJ), Mauro Sergio Vianello, a viagem foi essencial para conhecer os sistemas agrícolas tradicionais praticados por diferentes comunidades da região do Alto Juruá no Acre e Amazonas. “Essas experiências podem ser objeto de estudos que permitam o reconhecimento por instituições nacionais e internacionais, de sua importância para a sociedade e o meio ambiente”, ressaltou.

As próximas viagens de diálogos de saberes serão para a região de Marechal Thaumaturgo (AC) e Porto Walter (AC), municípios com a maior variedade de feijões no Juruá. Também participaram da viagem profissionais da Embrapa Amazônia Ocidental (Manaus, AM), da Embrapa Rondônia (Porto Velho, RO), da Universidade Federal do Acre (Ufac) e do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Acre (Ifac).

Dia de Campo

O projeto “Registro dos Sistemas Agrícolas Tradicionais do Alto Juruá (RSAT Alto Juruá)” Alto Juruá tem como objetivo registrar práticas tradicionais agrícolas da região como sistema importante do Patrimônio Agrícola Mundial (SIPAM). Serão desenvolvidas em cinco municípios acreanos, que compõem a bacia hidrográfica do Alto Juruá: Cruzeiro do Sul, Rodrigues Alves, Porto Walter, Mâncio Lima e Marechal Thaumaturgo e dois no Amazonas: Ipixuna e Guajará.

Para o pesquisador da Embrapa Agrobiologia (RJ), Mauro Sergio Vianello, a viagem foi essencial para conhecer os sistemas agrícolas tradicionais praticados por diferentes comunidades da região do Alto Juruá no Acre e Amazonas. “Essas experiências podem ser objeto de estudos que permitam o reconhecimento por instituições nacionais e internacionais, de sua importância para a sociedade e o meio ambiente”, ressaltou.

As próximas viagens de diálogos de saberes serão para a região de Marechal Thaumaturgo (AC) e Porto Walter (AC), municípios com a maior variedade de feijões no Juruá. Também participaram da viagem profissionais da Embrapa Amazônia Ocidental (Manaus, AM), da Embrapa Rondônia (Porto Velho, RO), da Universidade Federal do Acre (Ufac) e do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Acre (Ifac).

A diretora de negócios da Embrapa, Ana Euler, também participou da viagem e do dia de campo. “Os extremos climáticos têm trazido novas pragas e uma das melhores estratégias para combatermos isso é cultivar a diversidade. Trabalhar junto com a agricultura é poder identificar isso logo no início para poder trazer soluções e conservarmos a nossa agrobiodiversidade, esse patrimônio que está na Amazônia e que está para gerações futuras como uma alternativa para enfrentamento das mudanças climáticas”, enfatizou.

Além das instituições citadas, participam da pesquisa profissionais da Embrapa (Brasília/DF), Embrapa Solos (Rio de Janeiro) e Embrapa Alimentos e Territórios (Maceió/AL). Também são parceiros do projeto o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e Faculdade de Ciências Agronômicas da Universidade Estadual Paulista em Botucatu (FCA/Unesp Botucatu).

O projeto também conta com o apoio da Organização dos Povos Indígenas do Rio Juruá (OPIRJ),  Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Associação Ashaninka do Rio Amônia (Apiwtxa),  SOS Amazônia, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio),  Instituto de Pesquisa para o Desenvolvimento (IRD) e  a Reserva Extrativista do Alto Juruá (PNDS/Resex Alto Juruá) e com recursos do Termo de Execução Descentralizada entre Embrapa e Ministério do Desenvolvimento Agrário “Inovações tecnológicas para a diversificação produtiva da cadeia da mandioca no Estado do Acre”.