Uma casa de farinha toda automatizada vai ajudar produtores do Vale do Juruá a tornar o processo de produção de farinha mais ágil. Inaugurado no início de junho (2), o empreendimento está localizado no ramal Pentecoste, em Mâncio Lima (AC), e tem o
objetivo de dinamizar a produção e a cadeia produtiva de mandioca na região. A estrutura foi montada com o apoio da Embrapa, Secretaria de Estado de Produção e Agronegócio do Acre (Sepa), Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), Prefeitura de Mâncio Lima, Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e Cooperativa Nova Aliança.
“Uma casa de farinha mecanizada possibilita um novo arranjo de produção na mandiocultura. Além disso, esse novo modelo de processamento da mandioca pode incentivar outros produtores rurais a melhorar ainda mais a estrutura de suas tradicionais
casas de farinha”, afirmou o chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia da Embrapa Acre, Bruno Pena, que participou da inauguração.
Com o processo automatizado, os produtores terão capacidade de triplicar a produção diária de farinha, passando de 400 quilos do produto, no método manual, para cerca de 1.100 quilos. “Trouxemos essa ideia, o produtor confiou e outros parceiros também acreditaram. Com a nova tecnologia, o lucro será maior, visto que otimiza o processo da farinha, diminui o tempo de trabalho e aumenta a produção”, disse o técnico da Emater e Sepa, Murilo Matos.
Segundo o supervisor do Setor de Transferência de Tecnologia do Juruá, Daniel Lambertucci, a participação da Embrapa no empreendimento é fruto de um acordo de cooperação técnica. “Esse resultado representa o esforço de várias instituições e a
parceria com o agricultor José Oliveira do Nascimento “o seu Zeca”, que apostou no
empreendimento na sua propriedade”, diz.
Espaço de referência
A pesquisadora da Embrapa, Virginia Álvares, conta que o trabalho envolvendo o projeto de reestruturação da casa de farinha automatizada iniciou com a pesquisadora Joana Maria Leite e técnicos da Vigilância Sanitária, que realizaram ajustes adaptados
ao modo de fabricação local, de acordo com o padrão de qualidade preconizado pela legislação, a fim de contribuir para a produção de um alimento seguro.
“Esse espaço será uma referência para produtores e funcionará também como uma Unidade de Referência Tecnológica (URT) de produção artesanal de farinha de mandioca, onde serão oferecidas capacitações em Boas Práticas de Fabricação. Além disso, estamos trabalhando junto com o setor de turismo do Estado para, no futuro, incluir essa iniciativa na rota turística da farinha no Juruá”, comenta a pesquisadora.
A ações da Embrapa envolvendo a nova casa de farinha fazem parte do projeto de pesquisa “Consolidação da indicação geográfica de Cruzeiro do Sul”, que visa contribuir com o desenvolvimento rural da Regional Juruá.