Houve uma grande repercussão nas mídias sociais a agressão perpetrada por uma senhora aos seguranças da Caixa Econômica Federal, na última quarta-feira, 02/06/2021, em Cruzeiro do Sul-AC. Segundo relato dos que estavam presentes, a mulher tentou adentrar a parte interna da agência bancária com o intuito de regularizar seu aplicativo eletrônico da Caixa, quando fora informada que o serviço deveria ser feito através dos caixas de autoatendimento e não no atendimento presencial com um funcionário.
O que mais se viu de comentários sobre o fato fora de que “se fosse comigo não seria desse jeito”, “só precisa de um calmante. Um tapa no pé d’ouvido e ela fica uma lady”, ou “comigo ela cairia junto com a bolsa”, dentre outros comentários semelhantes. Certamente o segurança que está cumprindo seu trabalho diário não precisa ser agredido diante da insatisfação de uma cliente que recebe orientação diversa da que gostaria de ouvir.
A conduta agressiva da senhora não se justifica por alguma palavra mencionada pelo segurança, muito menos a suposta ligação chamando seus parentes para comparecerem à agência bancária, em sua defesa, lhe abririam as portas para receber o atendimento pretendido. Condutas agressivas devem ser evitadas, pois não se revolve uma indisposição entre prestador de serviço e cliente através da violência, sendo, indiscutivelmente, a conversa, cautela e bom senso norteadores de relações cordiais, amistosas e promissoras para a incessante busca da paz social.
A agressão deve ser repudiada e combatida, entretanto, não deixemos de enxergar as nuances que permeiam a situação factual. Quanto tempo com fome, sede e calor essa senhora aguardava na fila em busca de atendimento? Qual o motivo de tal desespero? Por que ela perdeu o controle e agrediu o segurança com a bolsa? Jogou a perna em outro, seus pertences se esparramaram no chão. Não sabemos tudo, sabemos apenas parcialmente o que o vídeo nos informa. Mas afinal, o que realmente o vídeo nos mostra de importante?
Mostra-nos muito, principalmente a prudência na conduta pacífica dos seguranças daquela agência bancária, em especial o jovem que levou a “bolsada no peito”. Conduta pacífica não significa covardia, mas sim, prudência, agir, se for necessário. Como dito alhures, o descontrole e a violência jamais irão justificar qualquer problema que pudesse estar acontecendo aquela senhora, mas aqui não se pretende julgar ninguém, agência bancária lotada, má prestação de serviço, segurança truculento ou cliente agressora.
Diante de todo o exposto, podemos concluir que até em um fato desagradável e repudiante podemos enxergar algo de bom, de louvável. Assim, os seguranças estão de parabéns pela boa leitura do caso concreto, a não reação contra uma senhora desesperada que oferecia baixo potencial ofensivo são dignos de louvor e demonstram grau de preparação daqueles profissionais da segurança privada para lidar com situações adversas, mas infelizmente, comuns em nossa sociedade.