Na Câmara Municipal o Secretário de Estado de Segurança Pública, Paulo César Rocha, se reuniu na manhã desta segunda-feira (09), depois de requerimento do vereador Clerton Souza (PSD) para debater dificuldades vivenciadas no município nas questões de segurança. O vereador fez um relato das diversas ocorrências de roubos e assaltos, além de citar o funcionamento do 190 em Rio Branco que tem gerado reclamações principalmente dos comerciantes.
“Um empresário que só tem aquele capital de giro e for assaltado ou tiver sua loja arrombada ficará numa situação muito difícil para repor seu estoque. A Câmara está atenta para captar os problemas da população e solicitar dos demais poderes, Executivo e Judiciário uma solução como estamos fazendo agora”, disse o vereador ao secretário.
Os vereadores fizeram diversos questionamentos:
João Keleu pediu a implantação de uma câmara de segurança na área do Igarapé Preto local onde os comerciantes informaram numa reunião com os vereadores Betão e Zaldo que os bares foram arrombados 17 vezes e os empreendedores estão numa situação difícil. “Colocar uma câmera de segurança naquela área já vai ajudar muito”, disse.
João Keleu agradeceu a presença do secretário de Segurança na Câmara Municipal ao ressaltar que os vereadores reconhecem a capacidade e o bom trabalho das Polícias Civil e Militar ao enfatizar que houve uma grande melhoria na segurança pública. “Há um tempo atras os policiais não tinham nem gasolina para fazer o atendimento”, disse.
Mazinho da BR questionou o secretário Paulo César sobre a grande demanda da zona rural, principalmente na BR-364 e nos muitos ramais, ao ressaltar que as polícias tem apenas uma viatura e um posto policial na região da vila Santa Lagoinha para realizar o patrulhamento e informar que agora os criminosos passaram a roubar bois nas fazendas.
Outra reclamação do vereador Mazinho da BR foi contra o Policiamento Ambiental. “A polícia está mais focada na apreensão de madeiras de agricultores que tiraram madeira para fazer sua casa tem sido presos. Está sendo um exagero. Na campanha vi o governador falando que no seu governo não teria perseguição do Ibama e do IMAC”, disse.
A questão de apreensão de motos nos ramais foi outro questionamento do vereador Mazinho da BR. “Gostaria de pedir uma cautela mais com aquele povo que é muito carente. Quero na verdade a atuação da polícia no combate aos crimes, mas recentemente vi uma pessoa que foi consertar sua moto na oficina e em seguida ele teve o veículo apreendido”, disse.
O vereador Betão da BR agradeceu ao comandante do 6º Batalhão de Polícia Militar (6º BPM) que atendeu os vereadores muito bem ao avaliá-lo como um oficial muito organizado que trabalha dentro da lei e lembrar que na reunião que os vereadores participaram foram feitas observações de fatos isolados que estavam ocorrendo.
“Precisamos colocar o policial a favor e não como adversário, mas presenciei uma pessoa que estava transportando boi de um pasto para o outro e por não estar com a Guia de Transporte Animal (GTA) foi preso e levado para a delegacia escoltado por dois carros da polícia com a sirene ligada. Me envergonhei da forma grosseira que fizeram”, disse o vereador.
Betão da BR reclamou que os policiais do Gefron prenderam o rapaz porque estava transportando o animal de um pasto para o outro e parou no posto de combustível para abastecer. “Se ele estava irregular era preciso explicar a situação para o produtor. Ele foi preso, multado, para mim uma selvageria desnecessária, fiquei observando de longe e muito envergonhado”, disse.
O vereador avalia que as pessoas do interior já andam assustadas ao relatar que uma pessoa que estava arrumando a madeira que tinha tirado para fazer sua casa foi preso e teve a madeira apreendida pela Polícia Militar ao pedir ao secretário mais sensibilidade e ética por se tratar de uma situação muito delicada e na maioria são pessoas analfabetas e desinformadas.
“Quero agradecer ao comandante do 6º BPM que sempre tem nos atendido muito bem, parabenizar a Polícia Militar pelo bom trabalho, mas pedir que essas questões pontuais não aconteçam. Precisamos investir mais em Educação que é quem vai quebrar as barreiras porque nossos agricultores não podem continuar sendo perseguidos”, disse o vereador ao secretário.
O presidente da Câmara Municipal, vereador Franciney Freitas, agradeceu a presença do Major Alen, do Coronel Jamiscley, do Tenente PM Pinto e do secretário de Segurança Paulo César ao ressaltar que os vereadores tem recebido muitas reclamações de apreensão de madeira, da demora no atendimento do 190 e de roubos ao lembrar que foram roubados até os fios da ponte.
“A questão da apreensão de madeira é muito complexa. Mas, quando a pessoas tiram uma madeira para construir sua casa fica difícil aceitar que seja apreendida. Foi aberto um ramal, no centrinho, as árvores que estavam derrubadas foram aproveitadas e depois apreendidas junto com as motosserras. É preciso rever essa situação”, disse.
O vereador Franciney Freitas solicitou do secretário de Segurança que seja solicitado ao governador Gladson Cameli a implantação de postos policiais na zona rural para atender a população. “Peço que veja a possibilidade de conversar com o governador para que sejam implantados postos policiais nas vilas Santa Rosa e Liberdade”, pediu.
O vereador Cristiano Rodrigues informou ao secretário de Segurança do aumento dos furtos e roubos situação que já é do conhecimento público e que na zona rural também está havendo um sério problema de roubo de animais nas propriedades ao avaliar que está sendo necessário haver um bom senso para que sejam vistos os dois lados das coisas.
“Boa parte dos policiais tem um bom senso, mas peço que seja averiguado a situação da apreensão da madeira, principalmente dos agricultores que tirarem a madeira para a construção da sua casa e também o problema dos roubos nas fazendas. O governador garantiu que quando assumisse as questões de apreensão do IMAC seriam evitadas, mas não é o que está acontecendo”, afirmou.
O vereador Gilmar da Saúde deu as boas-vindas ao agradecer e parabenizar o secretário Paulo César pelo trabalho que as forças de segurança vêm fazendo no Estado e no município de Cruzeiro do Sul ao enfatizar que o trabalho dos vereadores é um desafio e que muitas coisas como Educação, desemprego, falta de iluminação pública atrapalham a segurança pública.
“Não é fácil trabalhar num Estado com poucos recursos, os colegas vereadores que tem uma atuação maior na zona rural recebem muitas reclamações, mas minha esposa que ia para seu trabalho foi assaltada e com uma arma roubaram sua motocicleta que foi usada para assaltos e depois ia ser vendida para ser usada no ramal”, informou Gilmar.
O vereador avalia que a situação das motocicletas que trafegam nos ramais precisa ser verificada e que as vezes se reclama das polícias, mas não se ilumina as ruas. “Obrigado pela presença quero parabenizar o vereador Clerton por ter proporcionado esse momento e parabenizar a Polícia Militar pela recuperação da moto da minha esposa”, disse.
O vereador Elter Nóbrega comentou que é preciso avaliar sobre as motos dos ramais porque algumas estão irregulares e o policial precisa cumprir a legislação. “Não é porque a pessoa está na zona rural que pode agir de qualquer maneira e precisamos ter cautela ao fazer as críticas”, disse ao parabenizar o trabalho da Polícia Militar que tem pessoas muito valorosas.
Ao agradecer o secretário Paulo César e aos integrantes da Polícia Militar o vereado Antônio Cosmo destacou que tem acompanhado o trabalho da Segurança Pública e vê que no Estado do Acre os policiais não estão envolvidos em atos que desabonem a conduta deles e que as polícias Civil e Militar cumprem seu papel de combate ao crime.
“Quem tem medo de polícia é bandido, vi no fantástico reportagem de policiais recebendo propina e isso não tem na nossa região”, avalia o vereador ao parabenizar o comandante do 6º BPM que é uma pessoa de muita responsabilidade, que tem muito conhecimento e ressaltar que a lei existe, mas em alguns momentos é preciso uma flexibilidade.
“O problema é que o policial não conhece o bandido e infelizmente a legislação tem que ser cumprida sob pena dos policiais prevaricarem”, disse ao criticar as apreensões de madeiras dos agricultores e citar que o governador Gladson Cameli prometeu que as multas do Ibama não seriam mais aplicadas.
“Mas, as leis estão acima de qualquer argumentação e precisam ser cumpridas. Aqui em Cruzeiro do Sul nossos policiais tem dado conta do recado, diminuíram os índices de homicídio, tentativa de homicídios e isso é reflexo do trabalho das forças de segurança”, disse ao solicitar a possibilidade de implantação de postos policiais na zona rural.
“Antes havia subdelegacia no Liberdade, na Santa Luzia do Pentecostes e na Santa Rosa. A missão é ajudar os pobres que mais precisam. Quem precisa da segurança são as pessoas mais carentes e são muitas vilas que tem uma grande quantidade de moradores”, disse ao avaliar que em Cruzeiro do Sul o comandante e os policiais da Polícia Militar são pessoas de muita credibilidade e o trabalho tem tido um resultado muito bom.
O vereador Leandro Cândido reclamou da retirada da câmera de segurança do bairro da Várzea ao destacar que mora em dois bairros periféricos ao cobrar a solução dos casos do desaparecimento do funcionário da Gazin e do rapaz que foi visto pela última vez na praia do município que não tiveram respostas das polícias.
“Não acho que a segurança está um mar de rosas, mas quando se fala é perseguido, principalmente no trânsito. Se tivesse tudo bem não teria tanto assalto, no caso da Gazin e do rapaz que desapareceu na praia esperamos as respostas da polícia e agora sabemos que na praia populares encontraram uma ossada”, ressaltou o vereador.
Ao finalizar sua participação o vereador Leandro Cândido destacou que quando passa numa blitz, mesmo estando documentado sempre é parado. “Claro já melhorou muito, mas a câmera de vigilância que tinha no bairro da Várzea foi levada, disseram que foi para conserto, mas isso foi há mais de um ano e o equipamento não retornou mais”, reclamou.
Ao pedir providências do secretário sobre o desaparecimento das pessoas o vereador enfatizou que as famílias precisam saber pelo menos o que pode ter acontecido. Tem pontos muito importantes de melhoria da segurança pública, mas outros precisam melhorar. A gente sabe que há abuso de poder nos casos da zona rural. Será que temos amparo com tão poucos policiais na zona rural?”, perguntou.
Ao responder os vereadores o Secretário de Segurança Pública destacou que quando não há críticas não se consegue ter melhorias ao parabenizar os vereadores pelo trabalho e ressaltar que o que ficou pactuado e que não deixará os questionamentos sem respostas e avaliar que o trabalho que está sendo implementado dará resultados muito positivos.
Com referência ao roubo de gado o secretário ressaltou que não há como fiscalizar sem cobrar a GTA que é o controle do transporte de gado. Na questão das motocicletas dos ramais informou que os policiais precisam fiscalizar porque muitos veículos roubados trafegam nos ramais e as vezes as pessoas que compram os mesmos pensam que são de boa-fé, mas não sabem a origem do veículo.
“Pactuamos entre nós que é preciso existir um órgão para fiscalizar os setores para que ninguém extrapole e que a política do olho por olho não seja exercida nas comunidades do nosso Estado, mas que a Justiça seja exercida por quem de direito. Os senhores é que sabem dos problemas da população e estamos aqui para ouvir e buscar solução”, disse.
A redução dos homicídios foi ressaltada pelo secretário ao destacar a importância dos representantes do povo com suas opiniões na busca de melhorias para as políticas públicas e enfatizar os investimentos que estão sendo realizados na região para garantir ainda mais melhorias à segurança pública na região.
Ao mostrar as ações do governador Gladson Cameli na segurança em Cruzeiro do Sul o secretário destacou a construção do Centro Integrado de Combate ao Crime (CICC) que receberá investimentos de mais de R$ 4,5 milhões, além das reformas das delegacias Geral e da Mulher, do ISE, implantação de centro de Rádio Comunicação Digital, cerco eletrônico para monitoramento de placas de veículos roubados e de identificação facial.
Paulo César destacou ainda que a crise é uma coisa real, mas que estava feliz pelos debates. “Infelizmente algumas ações soam mal para a sociedade, mas independentemente de ser órgão federal ou estadual os agentes públicos tem que cumprir a lei assim como os vereadores são referência da população porque foram delegados para trabalhar por ela”, disse.