Subiu para 66 o número de pessoas que morreram após o forte temporal que atingiu na tarde de ontem a cidade de Petrópolis, na região serrana do Rio, segundo o governo do Rio de Janeiro, com base em informações do Corpo de Bombeiros. Entre as vítimas, há ao menos duas crianças, segundo a Defesa Civil de Petrópolis. As identidades dos mortos não foram divulgadas.
Moradores relatam desaparecimento de familiares, mas os bombeiros dizem não ter ainda estimativa do total de desaparecidos. A Prefeitura de Petrópolis decretou estado de calamidade pública. A forte chuva ocasionou deslizamentos de encostas, alagamentos e correntezas fortes que arrastaram carros nas ruas em diversos pontos da cidade.
A previsão é de que mais vítimas sejam localizadas ao longo do dia —ao menos 21 pessoas foram resgatadas com vida. Mais de 180 pessoas que moram em áreas de risco foram acolhidas em estruturas montadas em escolas.
Em 24 horas, foram registradas 292 ocorrências, das quais 241 por deslizamentos. A região do Morro da Oficina concentra o maior número de vítimas. “Há uma grande equipe concentrada no Morro da Oficina, onde acreditamos ter o maior número de vítimas ainda soterradas.
Estamos com 400 militares mobilizados e atuando em 44 pontos atingidos pelo temporal”, afirmou hoje o governador do Rio, Cláudio Castro (PL).
A previsão é de que mais vítimas sejam localizadas ao longo do dia —ao menos 21 pessoas foram resgatadas com vida. Mais de 180 pessoas que moram em áreas de risco foram acolhidas em estruturas montadas em escolas.
Em 24 horas, foram registradas 292 ocorrências, das quais 241 por deslizamentos. A região do Morro da Oficina concentra o maior número de vítimas.
“Há uma grande equipe concentrada no Morro da Oficina, onde acreditamos ter o maior número de vítimas ainda soterradas. Estamos com 400 militares mobilizados e atuando em 44 pontos atingidos pelo temporal”, afirmou hoje o governador do Rio, Cláudio Castro (PL).
Um dia após as fortes chuvas, o cenário na cidade é de destruição. Carros sobrepostos, casas destruídas e famílias à procura de parentes com uso de pás e enxadas.
A rua Teresa, conhecido polo de moda de Petrópolis, também foi uma região muito atingida pelas fortes chuvas. A rua amanheceu com acúmulo de lama, com carros que foram arrastados pelas águas e troncos caídos.
Também foram afetadas as regiões da 24 de Maio, Caxambu, Sargento Boening, Moinho Preto, Vila Felipe, Vila Militar e as ruas Uruguai, Washington Luiz e Coronel Veiga.
Cena de guerra, diz governador
O volume de água nas ruas de Petrópolis havia diminuído na manhã de hoje. De acordo com Claudio Castro (PL), em entrevista ao Bom Dia Rio, da Rede Globo, a cidade encontra-se em um cenário de guerra.
“Ao chegarmos aqui, a situação é quase de guerra, carro de cabeça para baixo, muito água, muita lama, a água foi baixando ao longo da madrugada. (…) O maquinário chegou nesta madrugada para ajudar no trabalho de abertura e limpeza [da cidade]”.
Ao menos 80 casas foram atingidas pelo forte temporal no Morro da Oficina.
Perguntado sobre os recursos que serão empregados para reconstrução de Petrópolis, o governador não definiu valores. “Nesse momento, nossa preocupação não são valores, mas resgatar pessoas com vida e pensar na limpeza e normalização [da cidade].”.
Castro comentou ainda que as sirenes de alerta sobre o volume de chuvas funcionaram perfeitamente.
“Foram 200 mm de chuva em duas horas, o que chama de cabeça d’água, as sirenes funcionaram perfeitamente. A tragédia não foi maior porque as sirenes funcionaram, mas foi uma tragédia de uma hora para outra, uma quantidade de chuva absurda e infelizmente não teve como salvar todas as pessoas”.
A cidade conta com 18 sirenes do Sistema de Alerta e Alarme instaladas em comunidades e áreas de risco.
Petrópolis já vinha sofrendo há dias com fortes chuvas na região, mas ontem foram registradas cerca de 260 mm de precipitação em um período de seis horas levando caos ao município. Essa é a quantidade de chuva esperada para todo o mês. A previsão é de chuva fraca a moderada na região a qualquer momento.
“A Defesa Civil reforça que a cidade segue em estágio Operacional de Crise e orienta que a população fique atenta aos informes e alertas.”.
PM não confirma suposto arrastão
O Batalhão da Polícia Militar de Petrópolis informou hoje que não houve registro formal de arrastão na cidade. Ontem, circularam na internet vídeos de moradores correndo pelo centro histórico.
O 26º BPM informou que está verificando a veracidade das imagens junto com a Polícia Civil e que foi apurado até o momento “que as pessoas que circulavam no centro seriam moradores de rua que aproveitaram para recolher alguns artigos que estavam na enchente provocada pela chuva”.
A PM comentou ainda sobre um suposto tiroteio. A corporação explicou que houve apenas uma ocorrência de um cidadão que ameaçou a cunhada com uma arma de fogo na Travessa Vereador Prudente de Aguiar. O suspeito foi preso e conduzido para a delegacia.
Estrada bloqueada
A rodovia BR-040, que liga o Rio de Janeiro a Juiz de Fora, passando pela região serrana, está parcialmente bloqueada. Equipes da concessionária ainda trabalham no desmonte de uma rocha de grande porte que deslizou sobre a pista da subida da serra de Petrópolis, interditando parcialmente na ocasião o km 82 da BR-040, no sentido Juiz de Fora.
O serviço foi iniciado logo após a ocorrência, registrada na noite de ontem. “A ação causa interdições temporárias da pista para o desmonte e remoção dos fragmentos rochosos, com intervalos de reabertura do trecho para escoamento do tráfego. Além da rocha, terra e vegetação desceram da encosta do trecho com o forte temporal que atingiu Petrópolis”, diz em nota a concessionária responsável pela via.
Bolsonaro deve visitar a região
Em seu perfil no Twitter, o presidente Jair Bolsonaro disse ontem ter feito ligações para “auxílio imediato às vítimas”. Bolsonaro, que está na Rússia em viagem oficial, também determinou para que ministros de seu governo deem o apoio necessário às vítimas das fortes chuvas.
Jair M. Bolsonaro