O subtenente da reserva do Exército Brasileiro Amilcar Melo de Araújo, conhecido no Acre como sósia do ex-presidente Jair Bolsonaro, segue preso no batalhão após resistir desocupar o QG do grupo que apoiava atos antidemocráticos no país.
Ele e mais sete pessoas foram presas após a desocupação do acampamento ilegal em frente ao Comando de Fronteira Acre, o 4° Batalhão de Infantaria de Selva (4º Bis), em Rio Branco, na última segunda-feira (9).
Por conta da função, o militar está preso na carceragem do Exército. Os demais, quatro homens e três mulheres, estão em um presídio da capital acreana. A informação foi confirmada pela Polícia Federal nesta quarta-feira (11).
Amilcar de Araújo é famoso no estado por causa da semelhança com Bolsonaro. Ele, inclusive, participou de alguns atos a favor do ex-presidente e se apresenta como sósia de Bolsonaro. Inclusive, em outubro, o militar chegou caracterizado de presidente da República em um evento promovido pela ex-primeira dama Michelle Bolsonaro.
A reportagem entrou em contato com familiares do militar, mas não obteve retorno até a última atualização desta matéria.
Ainda segundo a PF-AC, o juiz federal que recebeu o caso se julgou incompetente e remeteu a decisão sobre a audiência de custódia e manutenção das prisões ao Supremo Tribunal Federal (STF). Enquanto isso, oito pessoas seguem presas no estado.
Bolsonaristas tentaram resistir e negociar com a polícia, mas receberam voz de prisão — Foto: Rede Amazônica Acre
Prisão
Na segunda (9), o acampamento golpista montado em frente 4º Bis foi desmontado por equipes das polícias Militar e Civil (PM-AC) e Forças Armadas dando cumprimento a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
Equipes da Prefeitura de Rio Branco também estiveram no local para ajudar a retirar a estrutura.
Um grupo de nove pessoas foi levado em um ônibus da PM-AC para a Delegacia da Polícia Federal da capital acreana após o comandante da operação, tenente-coronel Kleison Albuquerque, dar voz de prisão aos bolsonaristas. Foram seis homens e três mulheres foram levados para a PF. Porém, oito seguiram detidos.
Os manifestantes contrários ao resultado das eleições presidenciais estavam no local desde o dia 2 de novembro do ano passado. Para se abrigar, bolsonaristas montaram barracas, mesas, cadeiras, instalaram grades e cobriram com lona uma área em frente ao quartel.
O empresário Alan Fonseca de Oliveira Lima, que se apresentou como um dos líderes do ato, tentou negociar com os policiais afirmando que iriam desmontar o acampamento até o final da tarde. Contudo, o comandante da ação leu a ordem do ministro e destacou que a polícia tinha até 24h para cumprir a determinação.
Inconformado, o grupo chegou a ir para a porta do quartel para tentar entrar, mas foi impedido por homens do Exército que trancaram o portão. A Polícia também foi xingada e houve bate-boca.