Episódio aconteceu na madrugada desta segunda-feira (2) e não deixou feridos
Moradores presenciaram, na madrugada desta segunda-feira (2), um fenômeno climático conhecido como tsunami meteorológico em Jaguaruna, cidade localizada no litoral sul de Santa Catarina. O episódio não deixou feridos.
Segundo a Defesa Civil do estado, o fenômeno, também conhecido como meteotsunami, ocorreu por volta da 1h da manhã e em condições incomuns, uma vez que os modelos meteorológicos não indicavam maré alta ou agitação marítima.
O episódio – que diz respeito ao avanço súbito do mar – foi provocado por uma linha intensa de instabilidade presente na região, formadas por tempestades que além de causar fortes ventos, também geram alterações significativas na pressão atmosférica. Dessa forma, esse conjunto de fatores cria pulsos de pressão que se propagam no oceano, o que amplia as ondas à medida que elas se aproximam da costa.
“Quando há uma ressonância quase perfeita entre a velocidade da linha de instabilidade e das ondas no oceano, o efeito é intensificado, causando um avanço súbito do mar”, explica o meteorologista Caio Guerra.
A Central de Monitoramento da defesa aponta que a estação maregráfica de Balneário Rincão registrou um aumento de um metro no nível do mar em poucos minutos em razão do fenômeno.
De acordo com a Defesa Civil do estado, outros tsunamis meteorológicos já foram registrados no litoral sul catarinense, especialmente no período da primavera. O mais recente ocorreu em novembro do ano passado, no município de Laguna (SC).
“As autoridades reforçam a importância do monitoramento constante das condições meteorológicas e da conscientização da população sobre como agir em situações semelhantes”, ressaltou a Defesa Civil.
O que é um meteotsunami
Os meteotsunamis não são originados em terremotos, mas em fenômenos meteorológicos.
Ao contrário dos tsunamis desencadeados por atividades sísmicas, os meteotsunamis são provocados por perturbações da pressão atmosférica, frequentemente associadas a eventos meteorológicos rápidos, como tempestades severas, frentes de rajadas e outras frentes de tempestade.
De acordo com a Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera dos Estados Unidos, a tempestade gera uma onda que se move em direção à costa e é amplificada por uma plataforma continental rasa e uma entrada, baía ou outra característica costeira.
O fenômeno climático pode gerar ondas de até dois metros ou mais e já foi documentado em muitos lugares ao redor do mundo, como os Grandes Lagos, o Golfo do México, a Costa Atlântica dos Estados Unidos e os Mares Mediterrâneo e Adriático.
*Sob supervisão