Moradores do município de Ipixuna (AM), Raquel Araújo Marinho, 33, e seu tio José albino Marinho, 59, foram acometidos pela Covid-19 e encaminhados para tratamento no Hospital de Campanha de Cruzeiro do Sul, especializado para o tratamento da doença na regional do Juruá e que também atende pacientes dos municípios do Sul do Amazonas.
O diagnóstico da doença em Raquel, que é filha única, começou com uma tosse e foi agravado porque ela tem um problema de tireoidismo. A doença causou um choque tanto para os pais quanto para os familiares. No Hospital de Ipixuna ela realizou os exames e após começar a saturar baixo foi encaminhada à unidade hospitalar de Cruzeiro do Sul.
O tio José Albino depois de ser vacinado passou uma semana se sentindo ruim, mas acreditava que era a reação da vacina. Ele não queria ir para o hospital de Ipixuna e um sobrinho que mora em Cruzeiro do Sul pediu para ele pegar a lancha que ele cuidaria dele na sua casa. Depois o tio informou que não soube como viajou e nem como chegou no hospital.
Num final da tarde de um domingo, por volta das 17:00 horas, seu José Albino começou a passar mal e foi levado pelo sobrinho à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) onde passou pela triagem, foi colocado oxímetro e chegou a saturar 72, momento que foi encaminhado ao Hospital de Campanha onde deu entrada saturando 60.
No dia que foi intubado a doutora Sônia ligou para o sobrinho e a situação gerou um verdadeiro choque à família, pois eram dois parentes acometidos pela doença momento que muitos familiares entraram em oração. José Albino passou 25 dias no hospital e informa que não lembra como chegou em Cruzeiro do Sul nem ao hospital.
Raquel e o tio José Albino foram transferidos para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) onde foram intubados no mesmo dia e ficaram em estado gravíssimo. Ele chegou a ter 100% do pulmão comprometido, mas conseguiu se recuperar e foi extubado. Ele saiu da UTI oito dias depois e em seguida teve alta no dia 07 de junho depois de passar 24 dias no Hospital de Campanha.
Raquel passou 29 dias internada para o tratamento da Covid-19, dos quais sete dias intubada, mesmo tempo do tio, foi extubada dez dias depois do procedimento devido um estado febril passou dois dias há mais que o tio na UTI. Finalmente recebeu alta hospitalar nesta segunda-feira (12) para alegria da família e amigos.
O familiar que acompanhou os dois parentes durante o tratamento da Covid é técnico em Enfermagem e trabalhou durante o pico da pandemia por contrato emergencial, mas agora já se encontra desempregado. Ele aproveita para destacar e agradecer o trabalho fisioterapeuta Nogueira, que toca violão e com sua música levava alegria ao seu tio e a sua prima.
“Como sou técnico de Enfermagem consegui acompanhar de perto o tratamento do meu tio e da Raquel. Quero agradecer e parabenizar o fisioterapeuta por conseguir alegrar os pacientes, principalmente os que saiam da UTI que ficavam mais fragilizados. O Nogueira tocava o violão e eu cantava não só para eles dois, mas para os demais pacientes das outras enfermarias”, finaliza.
Emoção no dia da alta dos pacientes que ficaram em estado gravíssimo, mas conseguiram se recuperar